Getúlio Vargas deixou 454 bilhetes para o assessor e amigo Lourival Fontes em seu segundo governo (1951-1954). Em 2009, os bilhetes foram tornados públicos. Os recados registram desde um prosaico lembrete para um discurso do dia seguinte à necessidade de desejar êxito ao jornalista Samuel Wainer, que lançaria o jornal Última Hora.
Jânio Quadros (31 de janeiro de 1961 a 25 de agosto de 1961) fez dos bilhetes uma rotina. Quando assumiu o governo ele resolveu imitar a prática do ex-primeiro-ministro inglês Winston Churchill, de falar por intermédio de curtos e objetivos bilhetes. Ao deixar o governo, Jânio tinha expedido mais de 1,5 mil bilhetinhos.
No governo de Itamar Franco (1992-1994) o bilhete levou à demissão de um ministro. Na tentativa de ajudar a eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência, Alexis Stepanenko (Minas e Energia) enviou a Itamar um bilhete pedindo que o presidente antecipasse a inauguração de uma hidrelétrica para antes da eleição e fosse lá pessoalmente. O conteúdo do bilhete vazou. Em resposta, Itamar demitiu Stepanenko e adiou a inauguração de Xingó para depois da eleição.