A maior crise política da história de Campinas - que resultou na cassação de dois prefeitos, na prisão de 11 pessoas e 28 denunciados na Justiça por formação de quadrilha - tem dominado a campanha na cidade paulista. As denúncias de desvios de mais de R$ 30 milhões em contratos públicos nos dois mandatos do prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT) e seu vice Demétrio Vilagra (PT), também destituído do cargo, viraram mote dos programas eleitorais e jingles.
Segundo os promotores, contratos da empresa de água local e liberações de obras e licenças eram alvo de cobrança de propina por parte de uma quadrilha liderada pela então primeira-dama, Rosely Santos, com envolvimento do vice-prefeito Vilagra, de secretários e ex-servidores.
No PT, as imagens da crise não aparecem no programa do atual candidato Márcio Pochmann, parte da estratégia adotada pelo partido de tentar dissociar o suposto envolvimento de seus integrantes com o governo de Dr. Hélio. Nas inserções de TV, o candidato afirma que “a cidade está abandonada à sua própria sorte”.
O escândalo também serviu como argumento para que a direção nacional da legenda escolhesse como candidato alguém alheio à política local, amparado no apoio de figuras como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ministros do governo da presidente Dilma Rousseff. Nas pesquisas, Pochmann saltou de 1%, em julho, para 8%. Para o cientista político Valeriano Costa, o eleitorado em Campinas não está interessado no papel dos partidos na crise.