Na última rodada do Ibope, em 16 de agosto, o socialista aparecia com 16 pontos e o petista com 32. Animados com a curva ascendente, alguns aliados socialistas já falam em vitória no primeiro turno. "Os ventos estão soprando no sentido de primeiro turno. Se Geraldo Júlio atingir 38% dos votos válidos, e está bem próximo disso, já era para o PT", comentou o deputado federal Silvio Costa (PTB-PE).
Mais comedido, Geraldo atribui o crescimento ao trabalho realizado aos eleitores. "Nossa candidatura cresce porque apresentamos propostas para os problemas que tocam o dia a dia da população. Não perdemos o nosso tempo atacando adversários. Vamos seguir em frente, seguindo o planejamento que traçamos e que tem se mostrado vitorioso", afirmou durante entrevista a um programa de TV local. Nos bastidores, no entanto, os índices conquistados pelo socialista são atribuídos à estratégia de marketing adotada pela campanha, que "colou" a imagem do candidato à do governador, que detém uma popularidade acima de 81% na capital e ao impulso financeiro disponível.
Na primeira prestação de contas parcial, divulgada na primeira semana de agosto, Geraldo arrecadou R$ 1,586 milhão, enquanto Humberto Costa (PT) e Mendonça Filho (DEM) alcançaram R$ 600 mil cada um. Extraoficialmente, aliados do socialista dizem que R$ 4 8 milhões já teriam sido arrecadados. A informação, no entanto, só poderá ser conferida a partir das próximas prestações. Encabeçando uma coligação que reúne 14 partidos, Geraldo Júlio, estreante na disputa eleitoral, é diariamente apresentado pelo governador, que atua como uma espécie de apresentador em praticamente todas as todas as edições do programa eleitoral da legenda, no rádio e na TV. Nas peças, Geraldo é apontado como "um dos principais gestores e responsáveis pelo sucesso da administração estadual".
Lula em Recife
Entre os petistas, apesar da queda, o clima é positivo. Com a experiência de quem viveu várias eleições, Costa disse estar tranquilo. "Às vezes uma tendência do eleitorado demora um pouco a se cristalizar. Sempre fui um candidato de chegada e acredito que vou chegar e chegar bem. Acredito que vamos reverter esse eventual momento de dificuldade. Ainda temos um mês, temos tempo. Há eleições que se decidem até no dia. Eu não me considerava vencedor quando estava em posição confortável, então também não considero que há motivo para se preocupar."
O coordenador geral da campanha do PT, Dilson Peixoto, destaca a importância da vinda Lula à cidade e a intensificação de sua participação na campanha, mas negou que esta seja a "última esperança" para reverter os números, como afirmam alguns socialistas em reserva. "Lula é o maior líder do PT. E estamos no Estado em que ele nasceu e tem os maiores índices de popularidade. E com ele aqui tudo vai ficar claro para o eleitor que por acaso ainda não tenha percebido que Lula e Dilma estão com Humberto, e só com Humberto. Mas nossa campanha tem a militância forte, aguerrida e tem a experiência e a competência de Humberto e do deputado federal João Paulo, que governou a cidade por oito anos e mudou a face do Recife".