Jornal Estado de Minas

Suspeito de ser 'laranja' de contraventor se recusa a depor na CPI do Cachoeira

Não demorou nem cinco minutos a presença do ex-funcionário da Delta Construções André Teixeira Jorge na Comissão de Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira. Jorge foi convocado, nesta terça-feira, pelos senadores para esclarecer suas ligações com o contraventor Carlos Cachoeira, preso desde fevereiro deste ano sob acusação de relações irregulares com agentes públicos e privados.

Jorge foi dispensado após dizer que ficaria calado diante dos parlamentares. Ele obteve liminar em pedido de habeas corpus, na última sexta-feira, concedendo o direito de se manter em silêncio perante os questionamentos dos senadores.

A liminar foi deferida pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal. Jorge é apontado pela Polícia  Federal como integrante da organização. As investigações demonstram, ainda, que sua evolução patrimonial e movimentações financeiras são incompatíveis com os rendimentos declarados. Por esse motivo há suspeitas de que ele seja usado como “laranja” pelo grupo.

Jorge é motorista do ex-diretor da Delta Centro-Oeste Cláudio Abreu. Dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) demonstraram que ele sacou da conta de Abreu R$ 500 mil em dois dias, no ano passado.

Compromissos inadiáveis

Outro depoente convocado pelos senadores da CPI do Cachoeira, nesta terça-feira, o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) mandou ofício, na tarde dessa segunda-feira, comunicando que não compareceria à reunião.

No documento, o deputado, que falaria sobre denúncias de envolvimento com a organização de Carlinhos Cachoeira, afirma que tem “importantes e inadiáveis compromissos pessoais anteriormente assumidos”. Ainda no ofício, Leréia se coloca à disposição da comissão a partir do dia 18 de setembro.

No documento, o deputado, que falaria sobre denúncias de envolvimento com a organização de Carlinhos Cachoeira, afirma que tem “importantes e inadiáveis compromissos pessoais anteriormente assumidos”. Ainda no ofício, Leréia se coloca à disposição da comissão a partir do dia 18 de setembro.

De acordo com investigações da Polícia Federal, o parlamentar teria recebido dinheiro da organização de Carlos Cachoeira. Além disso, teria alertado o contraventor sobre uma operação policial e usado o cartão dele para fazer compras. Em entrevistas concedidas após as denúncias, Leréia se declarou amigo de Cachoeira e negou ter ligação com a exploração de jogos ilegais.

Na Câmara, o PSOL já encaminhou pedido de abertura de processo contra o parlamentar. Uma comissão de sindicância votou pelo encaminhamento do processo ao Conselho de Ética, mas a decisão final cabe à Mesa da Câmara dos Deputados.

Com informações da Agência Senado