O relator do projeto na comissão especial, senador Pedro Taques (PDT-MT), disse que irá consultar os outros membros da comissão sobre o assunto, mas acha que os pontos polêmicos “devem ser enfrentados”. “A sociedade brasileira está preparada para este debate, e nós não devemos fugir dele”, disse o senador.
Ainda de acordo com ele, outras questões que aparentemente são mais fáceis podem também ser consideradas polêmicas e a divisão seria difícil de ser feita. “Tudo no código é polêmico. Nós não podemos nos acovardar e não discutir os temas polêmicos”, declarou.
Durante a audiência, o ministro também falou sobre a questão das penas. Cardozo defendeu que elas sejam aplicadas de acordo com a gravidade dos delitos e que o assunto tenha relação com as necessárias mudanças no sistema penitenciário.
Na opinião do ministro, existem penas muito fortes para crimes de menor gravidade que mantém as pessoas na cadeia por muito tempo, sobrecarregando o sistema. Em contrapartida, segundo ele, crimes de maior gravidade muitas vezes não são punidos adequadamente, o que aumenta a criminalidade. Para Cardozo, trata-se de um “sistema perverso, equivocado, e baseado em premissas incorretas”.
“Nós temos que ter claro que a nossa política penitenciária não pode ser criada apenas e tão somente na criação de vagas. Precisamos ter mais vagas no sistema sem impunidade. Ou seja, mais vagas com penas justas e adequadas”, disse.