O deputado federal Newton Cardoso (PMDB) creditou a um “estado avançado de distúrbio mental” a decisão de sua ex-mulher Maria Lúcia Cardoso (PMDB) de retirar sua candidatura a prefeita de Pitangui, no Centro-Oeste de Minas Gerais.
O parlamentar garantiu que tem pago a pensão em dia e mostrou à reportagem cópia dos contracheques recebidos da Câmara de maio, junho e julho, em que consta um desconto de pensão de R$ 15.996,96 mensais – 60% do salário de R$ 26.723,13 recebido por ele. O restante do benefício pago à ex-mulher, segundo ele, sai dos dividendos de suas empresas. Maria Lúcia, no entanto, alega que o ex-marido ainda tem uma dívida de R$ 1,5 milhão em atrasados. “Ela está doida”, rebateu o deputado.
“Ela está pedindo mais R$ 500 mil por mês e isso eu já falei que não vou pagar, pois eu não tenho.
Embora negue qualquer participação na eleição municipal, Newton Cardoso disse em “respeito aos filhos” que cedeu à então candidata seu helicóptero, estrutura da Fazenda Rio Rancho – localizada em Pitangui – e fez uma doação de R$ 20 mil para custear parte dos gastos com material gráfico. “Ofereci tudo, mas ela mais bebia que fazia campanha”, afirmou. Newton argumentou ainda que Maria Lúcia contraiu algumas dívidas com candidatos a vereador e que ele não vai quitá-las. Até porque ela declarou à Justiça Eleitoral que tem um patrimônio de R$ 9.222.218,28.
Em entrevista ao Estado de Minas, Newton rebateu ainda declarações de Maria Lúcia de que o dinheiro da pensão alimentícia seria usado para sustentar seus filhos. O deputado federal apresentou à reportagem cópia de documentos registrados em cartório de dois de seus filhos – Átala e Ticiano – em que declaram que têm as suas despesas custeadas exclusivamente pelo pai. O filho mais velho, Newton Júnior, é casado, e a quarta filha, Débora, trabalha e mora em São Paulo.
Farinha
Para o parlamentar, a ex-mulher está “depressiva” e teria forjado uma tentativa de suicídio. Acionado pelos filhos, ele teria ido à casa dela e a encontrou deitada no chão com um vidro de remédios caído no chão.
“Ela estava tão doida que me tranquei no quarto com medo”, contou. Sobre o episódio, ele disse que não registrou queixa na polícia para não expor sua família. Em abril deste ano, o deputado registrou em cartório uma queixa com a reprodução de mensagens de celular em que foi alvo de agressões verbais da ex-mulher.
Substituto
Com a desistência da ex-deputada federal Maria Lúcia Cardoso, a coligação Começa um Novo Tempo, liderada pelo PMDB, tem 10 dias para indicar um novo candidato a prefeito em Pitangui. O problema é que há um racha entre os partidos da aliança. Isso porque, em uma reunião no final da última semana, o PMDB abriu mão da preferência na escolha do substituto e ainda destituiu dois membros da comissão provisória, que escolheriam o nome do novo candidato. A especulação é que a artimanha seja uma tentativa de “emplacar” um representante do PSDB na coligação.