A Presidência encomendou ainda que fossem colocados tapumes em toda a extensão da Esplanada, para que os protestos, que normalmente ocorrem na pista contrária ao desfile, não pudessem ser vistos ou ouvidos. Esta blindagem a Dilma, comandada pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), impediu que a população pudesse chegar perto dos palanques que, em sua maioria, estavam ocupados por servidores do Palácio do Planalto e seus familiares.
Em uma das primeiras arquibancadas na Esplanada, bem longe de onde estava a presidente, representantes do Sindicato dos Policiais Federais conseguiram ocupar o local para protestar. Além de gritar palavras de ordem contra o governo, os policiais federais vaiaram seus colegas que passaram desfilando.
Desta vez, Dilma sequer esperou a apresentação da esquadrilha da Fumaça. Às 11h05, estava deixando a Esplanada. Dezessete ministros acompanharam o desfile ao seu lado, além do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e do presidente do Supremo, Ayres Britto. O ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo do mensalão, no Supremo Tribunal Federal (STF), também estava no palanque.
A tradicional Marcha contra a Corrupção reuniu cerca de 8 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios. O movimento - liderado por estudantes de Brasília - começou após o desfile de 7 de setembro. Com faixas e cartazes, os manifestantes pediam o fim do voto secreto e uma "faxina" no Congresso. O governador Agnelo Queiroz (PT-DF), vaiado durante a cerimônia oficial, também foi alvo do protestos. No ano passado, no auge da "faxina", o ato reuniu aproximadamente 30 mil pessoas.
Durante a cerimônia oficial, duas ativistas do grupo Femen foram detidas. Sem blusa, as mulheres conseguiram driblar a segurança e defenderam direitos das mulheres. De acordo com a PM, as duas foram levadas para a 5ª Delegacia de Polícia de Brasília.