"Leve esse nome, Celso Russomanno, para mais 100 pessoas, para que possa assumir essa grande cidade de São Paulo. Me dê esse presente. Vamos apostar em mudança", disse Marcos Galdino. Ele também pediu que os fiéis dessem dez abraços em pessoas que estavam ao lado - enfatizando o número do candidato.
Convidado, o candidato subiu ao altar da Assembleia de Deus por volta das 20h30 ao lado de seu vice, Luiz Flávio D'Urso (PTB), do coordenador de campanha, deputado estadual Campos Machado (PTB) e do vereador e bispo da Igreja Universal do Reino de Deus Atílio Francisco (PRB). Com pouco tempo no horário eleitoral de TV, Russomanno tem contado com o apoio de obreiros da Universal para conseguir votos nas ruas.
Questionados sobre o pedido de votos dentro da igreja, Russomanno, formado em Direito, e D'Urso, presidente licenciado da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP), preferiram o silêncio. "Não tenho nada a declarar", repetiu inúmeras vezes Russomanno. "O apoio é extremamente importante. Todas as igrejas são bem-vindas nessa campanha. Todas. Estou muito feliz com o apoio de todas." "Não vou falar nada. Não partiu da gente", emendou D'urso.
O artigo 37 da Lei Eleitoral diz que templos são bens o públicos - "aqueles a que a população em geral tem acesso, ainda que de propriedade privada" - portanto não podem abrigar campanhas. Professor de direito eleitoral da UnB, o advogado Augusto Aras afirmou que a prática é ilícita e que, se somada a outros fatos, pode culminar em abuso de poder. "O fato é ilícito eleitoral. Porque é proibida qualquer tipo de propaganda eleitoral, mesmo se ela acontecer em espaços privados. O espaço é público pelo seu acesso, que é livre", disse.
Duas outras alas da Assembleia de Deus apoiam outros candidatos nas eleições paulistanas. O Ministério do Belém, o maior do País apoia José Serra (PSDB). O Ministério do Brás apoia Gabriel Chalita (PMDB).