O PT endureceu o tom e passou a acusar o candidato do PSB à Prefeitura de Recife, Geraldo Julio (PSB), de "enganar o eleitor" no programa eleitoral da noite de ontem, segunda-feira. "Eles aumentam o currículo dele para ficar com seu voto, não se deixe enganar", divulgou o programa do candidato petista, senador Humberto Costa, com repetição nesta terça-feira em inserções. Aliados no âmbito federal, PT e PSB estão rompidos no município.
Tratado pelo PT como "Geraldo da propaganda", o programa apontou o que seriam os verdadeiros responsáveis por três projetos que Geraldo Julio assume como de sua responsabilidade: a construção de três hospitais metropolitanos, a atração e instalação de uma montadora da Fiat no município de Goiana e a coordenação do Pacto pela Vida, que vem reduzindo o número de homicídios no Estado.
"Desespero"
Para a coordenação da campanha de Geraldo Julio, a estratégia mais agressiva do PT denota "desespero". Destacou que Geraldo é tão responsável pelas ações citadas pelo PT como a presidente Dilma foi responsável pelas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no governo federal. Nesta linha de pensamento, a coordenação avalia que o governador Eduardo Campos (PSB) imitou o presidente Lula ao escolher o principal gestor da sua equipe como candidato. Geraldo foi seu secretário de Planejamento e de Desenvolvimento Econômico.
Apresentado como bom gestor e tocador de obras, qualidades retratadas no capacete amarelo da sua campanha, logo surgiram piadas e sátiras nas redes sociais, através do "foi Geraldo quem fez", atribuindo ao candidato feitos como a Muralha da China e as Pirâmides do Egito. A campanha de Geraldo Julio aderiu à brincadeira, apostando que quanto mais se falar no seu nome, melhor para sua popularidade.
Estreante na política, Geraldo Julio apareceu com 5% da preferência do eleitorado na primeira rodada de pesquisas do Ibope, em julho. Subiu para 12%, depois para 16% e na última, divulgada no último dia três, assumiu a liderança, com 33%. Ele tem o apoio de 14 partidos reunidos na coligação da Frente Popular. O petista, que se mantinha na liderança, caiu para o segundo lugar, com 25%.