Segundo Ronaldo Gontijo, o discurso de Cabo Júlio, um dos principais oposicionistas de Lacerda na Câmara soa como se o “prefeito estivesse ludibriando os vereadores”. “O que não é verdade”, diz. “Existe decreto que é mais minucioso que o (projeto) de lei que estava aqui e foi vetado”, afirmou. O vereador citou ainda o procedimento adotado pela Casa para análise dos vetos do prefeito. “Para todos os vetos são montadas comissões que analisam o posicionamento do governo, e todos foram pela manutenção das decisões”.
Como exemplo de decreto melhor que projeto de lei, o líder do prefeito citou texto apresentado pelo vereador Silvinho Rezende (PT), que regulamenta a realização de eventos na Lagoa da Pampulha. A proposição está no grupo das oito que tiveram veto mantido ontem na Casa. Conforme Gontijo, as regras já determinadas pela a prefeitura para o mesmo objetivo são mais eficientes.
O vereador citou ainda erros cometidos pelos colegas que acabam obrigando o prefeito a vetar proposições. “Apresentaram um texto propondo a inclusão na grade curricular das escolas municipais de matéria sobre cidadania. E a legislação não permite que se inclua um conteúdo sem retirar outro”. Gontijo justificou o fato de o projeto, mesmo irregular, ter sido aprovado pela Casa. “Muitas vezes votamos no colega, e não no projeto”.
Revés
A sessão de ontem na Câmara, no entanto, não foi somente de vitórias para Lacerda. O presidente da Casa, Léo Burguês (PSDB), sancionou ontem o projeto de lei vetado pelo prefeito que cria uma feira de artesanato e comidas típicas na região do Barreiro. A casa derrubou a decisão do prefeito que, no entanto, não sancionou a proposição. Como prevê a legislação, a prerrogativa para assinatura do projeto passou ao presidente da Câmara. A resistência da prefeitura em criar a feira teve como justificativa o trânsito na região, que seria prejudicado com o funcionamento da feira.