Jornal Estado de Minas

Ministros decidem que não haverá sessão extra para o mensalão

Ana Letícia Leão Ana Maria Campos Diego Abreu
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram que não haverá sessão extra para julgar a ação penal 470, conhecida como mensalão. O assunto entrou em pauta porque a Corte concluiu em pouco mais de um mês somente dois dos sete capítulos da denúncia e o relator Joaquim Barbosa pediu providências para acelerar o processo.
Havia uma hipótese para realizar as sessões nas manhãs das quartas-feiras, mas os ministros decidiram voltar atrás. Segundo Ricardo Lewansowski,o STF preferiu por acelerar o julgamento nas sessões já marcadas. O presidente Ayres Britto afirmou que houve consenso entre os ministros, mas não descartou que o tema volte a ser debatido.

Nesta quarta-feira, os ministros estão votando sobre o item quatro da denúncia, que trata do crime de lavagem de dinheiro. O tópico fala da ocultação ou dissimulação da natureza do dinheiro proveniente de crime contra a organização pública. Nele, a Corte analisa crimes cometidos pelas empresas de Marcos Valério, com apoio de dirigentes Banco Rural, para dissimular pagamentos de propinas a políticos em troca de apoio no Congresso.

Segundo a acusação do Ministério Público Federal (MPF), os réus do núcleo financeiro e do núcleo publicitário se uniram para montar um "sofisticado mecanismo de branqueamento de capitais", que permitia a distribuição de dinheiro do chamado mensalão sem deixar vestígios.

O MPF diz que o esquema entre o Banco Rural e o grupo do publicitário Marcos Valério começou ainda em 1998, durante a campanha para o governo de Minas Gerais, o que foi chamado de "mensalão mineiro". O esquema consistia na emissão de cheques pelas empresas do publicitário Marcos Valério para pagar supostos fornecedores, quando, na verdade, os valores iam para as mãos de políticos.