A determinação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de que os reajustes nos vencimentos de vereadores só pode ser feito antes da eleição municipal foi seguida à risca pelos parlamentares de Ferros, na Região Central, mas desagradou os moradores do município. Isso porque nesta semana, os vereadores aprovaram um projeto de lei que aumenta em 40% seus rendimentos mensais e cria o 13% salário a partir do ano que vem. O prefeito Raimundo Menezes de Carvalho (PSDB), que vetou a proposta na semana passada, reclamou da falta de compromisso dos vereadores com as finanças do município, mas foi rebatido pelo vice-presidente da Câmara, vereador Carlos Elísio (PMDB), que apontou contradições no veto e defendeu a legalidade do reajuste.
Com o projeto, que havia sido aprovado por sete votos a dois, o vencimento passa de R$ 2.233,91 para R$ 3.127,47 a partir de 2013 e foi garantido o direito ao abono de Natal. O veto dado na semana passada pelo Executivo municipal foi derrubado por cinco votos a quatro. O aumento de 40% também foi garantido para os secretários municipais. Segundo o prefeito, a aprovação foi feita por meio de uma manobra dos parlamentares, que desconsideraram suas ressalvas em relação às dificuldades financeiras enfrentadas pelo município.
Outro lado
O vice-presidente da Câmara, vereador Carlos Elísio, rebateu, argumentando que o aumento foi baseado em uma consultoria feita pela Casa nos últimos meses. “Segundo a legislação podemos ganhar 20% do que ganha um deputado estadual, valor que poderia chegar a R$ 4 mil reais. Mas entendemos que, por ser uma cidade pequena, de 10 mil habitantes, o aumento máximo não justificaria. Como não temos verbas de gabinete, para gasolina ou telefone, esse reajuste é necessário, uma vez que vários vereadores moram longe da Câmara, chegando a até 70 quilômetros”, explicou.