A determinação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de que os reajustes nos vencimentos de vereadores só pode ser feito antes da eleição municipal foi seguida à risca pelos parlamentares de Ferros, na Região Central, mas desagradou os moradores do município. Isso porque nesta semana, os vereadores aprovaram um projeto de lei que aumenta em 40% seus rendimentos mensais e cria o 13% salário a partir do ano que vem. O prefeito Raimundo Menezes de Carvalho (PSDB), que vetou a proposta na semana passada, reclamou da falta de compromisso dos vereadores com as finanças do município, mas foi rebatido pelo vice-presidente da Câmara, vereador Carlos Elísio (PMDB), que apontou contradições no veto e defendeu a legalidade do reajuste.
“Esse projeto vai acarretar um aumento absurdo no final da legislatura e o dinheiro da cidade está sendo usado para benefício próprio. Hoje, a cidade tem o orçamento comprometido e os vereadores conhecem muito bem as demandas das pessoas por melhorias nos serviços prestados”, cobrou Raimundo Menezes. O prefeito criticou também o momento do reajuste, citando exemplos de outras casas do Legislativo para apontar a medida como um erro da Câmara. “Estamos acompanhando o fim do 14º e 15º salário em várias assembleias e câmaras, tentativas de cortar custos e existe até um projeto para que os vereadores voltem a trabalhar sem salários. É um momento muito inoportuno”, ressaltou o prefeito.
Outro lado
O vice-presidente da Câmara, vereador Carlos Elísio, rebateu, argumentando que o aumento foi baseado em uma consultoria feita pela Casa nos últimos meses. “Segundo a legislação podemos ganhar 20% do que ganha um deputado estadual, valor que poderia chegar a R$ 4 mil reais. Mas entendemos que, por ser uma cidade pequena, de 10 mil habitantes, o aumento máximo não justificaria. Como não temos verbas de gabinete, para gasolina ou telefone, esse reajuste é necessário, uma vez que vários vereadores moram longe da Câmara, chegando a até 70 quilômetros”, explicou.