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Estado de Minas

Meta de Marta Suplicy é unificar a cultura

Marta Suplicy assume ministério com orçamento de R$ 3 bilhões para 2013, um aumento de 65% sobre o deste ano, prometendo negociar projetos para a pasta com deputados e senadores


postado em 14/09/2012 06:00 / atualizado em 14/09/2012 08:08

Marta Suplicy assumiu nessa quinta-feira o Ministério da Cultura, em cerimônia no Palácio do Planalto, com o discurso de unificar a pasta. Ela fez questão de destacar o trânsito com deputados e senadores e mostrar que tem traquejo político para destravar projetos da pasta emperrados no Congresso Nacional. A antecessora, Ana de Hollanda, foi criticada durante os 20 meses em que exerceu o mandato por, entre outras fragilidades, conhecer o tema, mas não ter experiência política para comandar o ministério.

A pasta teve 65% de aumento nos recursos do orçamento para 2013 na comparação com o deste ano. O número foi citado pela presidente Dilma Rousseff na cerimônia de posse. Dilma afirmou que serão R$ 3 bilhões no próximo ano para a pasta, que poderão ser somados a outros R$ 2,1 bilhões mobilizados pelas leis de incentivo. “Trata-se de um aumento de 65% em relação a 2012, um legado importante que Ana de Hollanda deixou para Marta Suplicy”, disse.

A presidente disse no discurso que todos os gestores querem mais recursos e que ela não tem dúvidas de que merecem mais, mas que o governo já tem feito muito. Ela lembrou ainda que será investido R$ 1 bilhão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas.

“Quero agradecer, e faço isso de coração, aos meus colegas senadores, pela aprovação ontem (quarta) da PEC do Sistema Nacional de Cultura. Isso ajudará na sinergia da política cultural nas três esferas federativas", comemorou. A iniciativa cria a possibilidade de União, estados e municípios articularem de forma conjunta projetos para a área por meio de conselhos, fundos e outros mecanismos que permitam a participação de artistas. A nova ministra foi relatora da proposta no Senado.

Marta aproveitou também o espaço para fazer um apelo aos deputados, para aprovarem o Vale Cultura, projeto que populariza o acesso a teatros e cinemas, em tramitação na Casa desde 2009. "Vou fazer um pedido aos companheiros da Câmara: vamos ter o mesmo empenho na aprovação do Vale Cultura. Acredito que fará uma revolução na vida povo brasileiro", pediu.


Com uma passagem pela Esplanada — ela foi ministra do Turismo entre 2007 e 2008 —, Marta reconheceu que não domina os assuntos da nova pasta e disse que ainda precisará se ambientar para começar a trabalhar. “É extenso o trabalho que eu vou ter para ouvir todo mundo e tomar minhas posições. Isso que eu me proponho neste momento: escutar´”, disse. “Minha posição é de humildade”, completou.

O setor aprovou a troca de Ana de Hollanda por uma ministra com trânsito no Congresso. O diretor de teatro José Celso Martinez já fez pedidos à petista. “A Marta é poderosa, tem pulso, tem força política, já agradeceu o Senado pela aprovação da matéria e cobrou o Vale-Cultura da Câmara. Já conversei com ela sobre a proposta do Teatro-Estádio em São Paulo para a Copa de 2014 e ela me prometeu que vai fazer”, contou. Ainda assim, ele minimizou as dificuldades enfrentadas pela antecessora na pasta. “A Ana não tinha essa força, mas a culpa é da Dilma, que a colocou lá sabendo que ela não consegue dominar o PT. A Marta consegue”, garantiu.


Carta

A gota d’água que levou à demissão de Ana de Hollanda foi uma carta que ela enviou à ministra do Planejamento, Miriam Belchior, reclamando da falta de recursos para o ministério. Na discurso de despedida, ontem, durante a cerimônia de posse de Marta Suplicy, ele minimizou o episódio “A ministra Miriam Belchior se sensibilizou pela demanda da área da cultura, que é muito grande. O aumento do nosso orçamento foi considerável, chegando a um patamar nunca antes alcançado”, disse. (Com agências)


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