Moradores de Ewbank da Câmara, na Zona da Mata, ficaram uma semana sem posto de saúde e escola. As obras pararam e os funcionários da prefeitura não receberam o salário em dia. Isso tudo por causa de uma briga entre o Executivo e Legislativo municipal. O prefeito, Paulo Mendes Soares (PSC), alega não ter dinheiro em caixa para cumprir as obrigações básicas. A solução seria a suplementação de R$ 2 milhões no orçamento, medida que enfrenta resistência entre os vereadores com a justificativa de que a prefeitura não detalhou o destino dos recursos solicitados. Enquanto isso, os habitantes de Ewbank temem mais uma paralisação. O prefeito decretou situação de emergência anteontem e os serviços voltaram a funcionar ontem.
Do outro lado, o vereador da oposição Custódio Ferreira Martins (DEM), argumenta que o detalhamento solicitado não foi enviado à Câmara. “O vereador é um fiscal”, justificou. Ele alegou que em todo ano a prefeitura pede um crédito menor, de 15%, em novembro. “Ele (o prefeito) mandou esse projeto e pediu urgência, não deu prazo de a gente estudar”, ressaltou, garantindo que a decisão não foi política. Para ele, a atitude do prefeito, que apoia seu vice nas eleições, é que foi eleitoreira. O pedido do Executivo foi rejeitado na Câmara por cinco votos a três.
Além das escolas municipais e creches terem sido fechadas, nas unidades básicas de saúde funcionaram apenas os atendimentos de urgência e emergência. As outras atividades, como distribuição de medicamentos pelo SUS, o serviço de fisioterapia, que atende cerca de 40 pessoas por dia, e as consultas foram suspensas.
Prejuízo
A balconista Ana Creuza Rodrigues reclamou que estava com uma consulta com a ginecologista marcada na segunda-feira mas não foi atendida. O comerciante Francisco Elias Abreu alega que está amargando prejuízo. “As pessoas ficaram com medo de comprar sem saber o que vai acontecer”, ressaltou, lembrando que os servidores públicos tiveram os salários atrasados. Já a comerciante Maria Aparecida Ferreira da Silva observou que as obras de reforma dos passeios e de calçamento de uma rua próximo ao bar onde trabalha também pararam. “Isso é uma absurdo. Nós ficamos nas mãos deles”, lamentou.