Empreiteiras lideram ranking de doação privada
Seis dos dez maiores doadores privados para campanhas de prefeitos e vereadores em todo o País são empreiteiras. A líder do ranking é a Construtora Andrade Gutierrez, de acordo com a segunda prestação de contas parcial entregue por candidatos, comitês e partidos, referente ao período até o início de setembro.
A Andrade Gutierrez doou pouco mais de R$ 23 milhões para as direções de 14 partidos. Dessa forma, não é possível saber exatamente qual candidato o dinheiro beneficiou - são as chamadas doações ocultas.
O governista PMDB e o oposicionista PSDB, juntos, receberam mais da metade dos recursos da Andrade Gutierrez. O PT ficou com apenas 6% do total.
A segunda colocada no ranking de financiadores foi a OAS, também do setor de construção civil. Nesse caso, 76% dos recursos foram para doações ocultas e 24% destinados para campanhas de candidatos específicos.
Nos repasses da OAS feitos diretamente para candidatos, os petistas se destacam. Da lista de 18 beneficiados, 13 são do partido da presidente Dilma Rousseff. O que recebeu o maior quinhão foi Fernando Haddad, candidato à Prefeitura de São Paulo com R$ 1 milhão. O tucano José Serra (PSDB), adversário de Haddad, ficou com R$ 750 mil.
Levando-se em conta o total de doações da empresa - para candidatos, comitês e partidos -, o PT também ficou em primeiro lugar, com 36%. A seguir vieram o PMDB, com 23%, e o PSDB, com 11%.
Andrade Gutierrez e OAS têm nos contratos com o setor público a principal fonte de suas receitas. A primeira, por exemplo, atua na construção de hidrelétricas, implantação de linhas do programa Luz Para Todos e reformas de aeroportos, entre outros. A segunda lista entre suas principais obras a intervenção urbanística nas favelas do Complexo do Alemão, no Rio, um projeto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), impulsionado principalmente pelo governo federal.
Além de empreiteiras, aparecem na lista dos dez maiores doadores privados dois bancos (Alvorada, controlado pelo Bradesco, e BMG) um frigorífico (JBS) e uma empresa de importação e exportação (Coimbra). No total, as dez empresas alimentaram campanhas com R$ 79 milhões até o começo do mês. Desse valor, só 17% foi encaminhado diretamente para as contas de candidatos, e o restante para comitês e partidos, que atuam como intermediários e impedem que se conheça as ligações entre financiadores e financiados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.