"Foram 47 segundos do Garotinho usando o programa eleitoral, que deveria apresentar propostas para a cidade, para jogar gay contra evangélico. Se eu ficasse, estaria caminhando para a lama que o Garotinho convive há muito tempo", disse, nesta segunda, Garcia.
O ex-coordenador foi secretário municipal de Assistência Social em duas gestões do ex-prefeito Cesar Maia (DEM), pai de Rodrigo, nas quais desenvolveu políticas e projetos em favor e para proteger os homossexuais.
"Minha família é toda evangélica. Meu irmão é pastor. A minha convivência com a minha família é totalmente saudável. Não existe ódio por eu ser homossexual", afirmou Garcia.
Com alta taxa de rejeição e oscilando em torno dos 5% das intenções de voto, a chapa que uniu os clãs Garotinho e Maia, tradicionais adversários na política fluminense, tem menos de 20 dias para se reorganizar.
O ex-governador disse ao Grupo Estado que não fez críticas aos gays, mas à postura do prefeito. "Quem viu aquela gravação minha viu que eu não fiz nada demais. Eu não critiquei os gays. Eu critiquei o prefeito. Disse que ele vai na passeata gay e fala uma coisa, vai na igreja e fala outra. A quem ele quer enganar? Onde isso é homofobia?", questionou Garotinho.
O ex-governador ainda ressaltou que um dos seus padrinhos de casamento com a ex-governadora Rosinha Garotinho é homossexual. "Era meu professor de teatro e é meu amigo até hoje. Mas sou obrigado a concordar com sua conduta", disse.
Por e-mail, Cesar Maia classificou a renúncia de Garcia como "ridícula". Em entrevista nesta segunda à Rede Globo, Rodrigo disse que seu ex-coordenador sempre soube que seu partido era conservador. "Nossa posição é de respeito às liberdades. Mas o nosso partido é conservador", afirmou o candidato do DEM.