Na semana em que o núcleo político do mensalão é julgado no Supremo Tribunal Federal (STF), parlamentares petistas reagiram no Congresso ao início do voto do ministro relator, Joaquim Barbosa. Na segunda-feira, o magistrado afirmou que houve compra de votos na Câmara durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que o PT agiu como “corruptor”. Ontem, lideranças da legenda classificaram o entendimento de Barbosa de “bobagem” e “falácia”.
Na mesma linha, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), criticou a tese do relator de que o governo da época pagou para que parlamentares o apoiassem no Congresso. “Eu acho isso tudo uma grande falácia. Não houve pagamentos mensais, por exemplo, aos deputados do PT, que não tinham necessidade de ter pagamento para votar com o governo”, comentou. “O ministro faz acusações muito fortes ao PT e inverte o preceito de que o ônus da prova cabe a quem acusa.” Ainda segundo Maia, há uma “nítida intenção de criminalizar o PT” por causa do período eleitoral.
Sem subir à tribuna da Câmara desde 14 de julho, antes do início do julgamento do mensalão, o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro da Casa Civil e réu no processo do mensalão José Dirceu, discursou ontem e também saiu em defesa do partido. Sem citar o nome do pai ou o julgamento na Suprema Corte, o parlamentar exaltou o governo federal e disse acreditar que o PT vai conseguir muitos votos nas eleições municipais, apesar das acusações. “Enquanto nossos adversários esperneiam, fazem uso da mentira, da calúnia e da difamação, nós continuaremos a fazer esse tipo de política, a que muda e melhora a vida das pessoas e traz progresso e desenvolvimento”, destacou. O ministro Joaquim Barbosa não quis comentar as declarações dos parlamentares.