"O Ministério Público teria a precedência em relação a todos os demais setores. A Saúde e a Educação e todos os demais estariam subordinados a essa precedência do Ministério Público no atendimento à demanda", criticou Adams, referindo-se ao pedido. "Não há receita no Executivo para atender essa proposta de despesa do Ministério Público", continuou o ministro. "O que se tenta é forçar uma solução, judicialmente, para garantir essa despesa. Isso reduz o debate no Legislativo sobre os recursos (a serem aplicados pela União)."
Segundo o ministro, as entidades que recorreram ao Supremo deveriam ir ao Congresso - que tem a prerrogativa constitucional de alocar despesas - tentar convencer os parlamentares a destinar os recursos para suas demandas. "O que não pode é atropelar o processo e impor uma definição de despesas para recursos que não existem", afirmou Adams. "Não vejo legitimidade da proposta na medida em que houve um acordo", disse.
Adams afirmou ainda que a proposta do Ministério Público prevê aumento que pode superar o teto constitucional, fixado no valor do salário do ministro do Supremo Tribunal Federal. Adams lembrou que ao encaminhar o projeto de orçamento para 2013 ao Congresso, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, anexou a proposta de iniciativa do Ministério Público com o aumento salarial maior, embora a proposta do governo preveja o índice de 15,8%, resultado da negociação com diversas categorias dos servidores públicos.