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Só o PL cooptou 23 deputados com o mensalão, diz Barbosa Acusação fora do mensalão liga Valdemar a quadrilhaCom medo do julgamento do mensalão, PT convoca 'batalha' contra 'mentiras'Relator retoma leitura de voto sobre compra de apoio parlamentarEx-presidente do PT tem esperança de ser absolvido no processo do mensalãoJulgamento do mensalão: condenado só terá direito a benefício se reparar danoCompra de apoio no Congresso pode atrasar julgamento do mensalãoPetistas serão julgados às vesperas das eleiçõesAo deixar ontem o Hospital Samaritano, no Rio, onde esteve internado desde a semana passada com infecção intestinal decorrente de um câncer, Jefferson comentou o processo do mensalão: “Essa era a fase decisiva do julgamento. É muito angustiante e cruel, mas faz parte da democracia”. Ele se manifestou também pelo Twitter. “Não foi por falta de avisos e, por isso, era mesmo de se esperar: o STF entrou de vez nas eleições e na campanha”, disse, sobre o cronograma do julgamento.
Com a continuidade do voto de Barbosa, o STF deu mais um passo para reconhecer que houve compra de voto de parlamentares. O ministro detalhou que deputados do PTB e do PL (atual PR) receberam dinheiro. De acordo com o relator, o ex-presidente do PL Valdemar Costa Neto “levou milhões para apoiar o governo”.
Na segunda-feira, Barbosa já havia manifestado voto pela condenação de dois integrantes da cúpula do PP na época do escândalo – o deputado federal Pedro Henry (MT) e Pedro Corrêa (PE) –, além do assessor João Cláudio Genú. O PT teria repassado R$ 4,1 milhões em troca de apoio do PP.
Sobre o PL, Barbosa alertou que os pagamentos do PT eram semanais, feitos às sextas-feiras e em quantias acima de R$ 100 mil em espécie. Os recursos chegavam à legenda pelas mãos de Jacinto Lamas, que buscava envelopes entregues por Simone Vasconcelos, gerente financeira da SMP&B.
O esquema funcionava também por meio de lavagem de dinheiro transferido para a empresa Guaranhuns Empreendimentos, que recebia cheques e transferências eletrônicas da SMP&B e repassava dinheiro vivo para políticos do PP. Valdemar às vezes recebia pagamentos em casa, como ressaltou Barbosa. E rebateu a tese da defesa de caixa dois: “Se os réus pretendiam apenas pagar dívidas de campanha, por que escolheram forma tão sofisticada de recebimento do dinheiro?”.
Os donos da Guaranhuns, Lúcio Funaro e José Carlos Dias, deram detalhes do esquema por meio de um acordo de delação premiada e não foram denunciados pela Procuradoria Geral da República. Eles respondem em primeira instância e podem conseguir benefícios como redução da pena ou perdão judicial. Irmão de Jacinto Lamas, Antônio Lamas foi absolvido por falta de provas, como recomendou o procurador-geral.
A situação de cada um
» Valdemar Costa Neto (PR-SP)
Ex-presidente do Partido Liberal (PL), o deputado federal foi condenado por corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. É acusado de ter recebido mais de R$ 10 milhões do PT em repasses feitos pelo empresário Marcos Valério.
» Bispo Rodrigues
O ex-deputado federal do PL-RJ foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Recebeu R$ 150 mil do PT.
» Jacinto Lamas
Ex-tesoureiro do PL foi condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
» Roberto Jefferson
Presidente do PTB, o ex-deputado foi condenado por corrupção passiva. Delator do mensalão, recebeu R$ 4 milhões em espécie de Marcos Valério.
» Romeu Queiroz
O ex-deputado federal pelo
PTB-MG foi condenado por corrupção passiva. Recebeu dinheiro e ocultou a origem.
» Emerson Palmieri
Ex-tesoureiro informal do PTB foi condenado por corrupção
passiva. Ele ajudou a intermediar a propina do mensalão
em favor do PTB.