O julgamaneto do mensalão relacionado à compra de apoio no Congresso Nacional pode atrasar a conclusão do trabalhos dos ministros do Supremo Tribunal Federal. O relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, confirmou que o julgamento terá uma subsdivisão no capítulo sobre a venda de apoio ao governo federal nas duas casas legislativas, Câmara dos Deputados e Senado, entre 2003 e 2004. De acordo com Barbosa, o subfatiamento desse capítulo do processo deverá retardar em alguns dias a análise das acusações de corrupção ativa envolvendo o núcleo político do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Barbosa já concluiu o julgamento das acusações de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha envolvendo réus ligados ao PP e ao PL (atual PR). Na sessão desssa quarta-feira, ele começou a falar sobre os réus do PTB e deverá concluir essa etapa nesta quinta-feira, juntamente com as considerações envolvendo o PMDB.
Inicialmente, o relator havia programado continuar seu voto falando sobre os dez acusados do crime de corrupção ativa, mas ele achou melhor dar uma pausa e abrir a votação dos itens já analisados por ele, nessa quarta-feira e nesta quinta-feira, aos demais ministros. A subdivisão foi acertada nesta quarta-feira de manhã, em uma ligação telefônica do relator para o revisor do processo, Ricardo Lewandowski.
Nas contas de Barbosa, seu voto terminará nesta quinta-feira, na primeira metade da sessão, e o revisor poderá votar em seguida. Lewandowski, por sua vez, calcula que terminará seu voto na próxima quarta-feira, permitindo aos demais ministros encerrar essa etapa até o final da próxima semana.
O julgamento dos crimes de corrupção ativa começaria, segundo essas previsões, no dia 1º de outubro, mesma semana do primeiro turno das eleições municipais. Ambos os ministros, o relator e o revisor, afirmam desconsiderar as críticas de politização do julgamento devido à coincidência de datas. Segundo Barbosa, a única motivação para a subdivisão do capítulo em análise é o cansaço, pois ele faz a leitura ininterrupta de seu voto desde a última segunda-feira.
Com informações da Agência Brasil