Leia Mais
Julgamento do mensalão: condenado só terá direito a benefício se reparar danoCompra de apoio no Congresso pode atrasar julgamento do mensalãoRelator e ministro do STF condena o delator do esquema do mensalãoRelator do mensalão cita incoerências dos partidos e dá pistas sobre reformas Divergências de volta ao STF no julgamento do mensalãoRevisor absolve Pedro Corrêa de lavagem de dinheiroJosé Borba cometeu crime de corrupção, diz relatorBarbosa condena Roberto Jefferson e mais 11 por lavagem de dinheiroRelator diz que Jefferson fez lavagem de dinheiroRelator retoma leitura de voto sobre compra de apoio parlamentarNa Ação Penal 470, nome técnico do processo do mensalão, a Procuradoria-Geral da República sustenta que o mensalão foi abastecido com R$ 55 milhões, que se somaram a R$ 74 milhões desviados da Visanet, fundo que tinha dinheiro público e era controlado pelo Banco do Brasil.
Fajutos
O empresário Marcos Valério , acusado de ser o pivô financeiro do esquema de compra de votos no Congresso, no governo Lula, disse que fez empréstimos nos bancos Rural e BMG e os repassou ao PT. Para a procuradoria, os empréstimos foram fajutos e Genoino virou réu por corrupção ativa e formação de quadrilha.
“Eu nunca cuidei das finanças do PT e apresentei contraprova. Meu patrimônio é o mesmo há 30 anos. Confio na Justiça”, afirma Genoino. Com uma das pernas imobilizada por causa do cateterismo o ex-presidente do PT passou esssa quarta-feira reunido com a família. Recebeu visitas e muitos telefonemas, entre eles o da presidente Dilma Rousseff. Ela torce por sua absolvição, mas não fala sobre o julgamento para não parecer que está interferindo em outro poder.
Para o ex-presidente do PT, a crise política que atingiu o governo Lula e dizimou a cúpula do partido, em 2005, foi como o Ato Institucional n.º 5 (AI-5), de 1968, que marcou o período mais duro da ditadura militar (1964-1985).
Deputado por 24 anos, Genoino não foi reeleito em 2010, mas é suplente. Pode entrar na vaga de João Paulo Cunha - condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato -, caso seja absolvido pelo Supremo e o colega perca o mandato na Câmara. Hoje, porém, garante que só está preocupado com a saúde e com sua defesa. “Estou de cabeça erguida. Não vou me deixar abater”, insiste.
Aos amigos que o visitam, ele repete que não pode aceitar a denúncia de corrupção ativa e formação de quadrilha. Os argumentos de Genoino são os mesmos desde que ocupou o plenário da Câmara, em 2007, para se defender. “Participei, sim, de acordos políticos e alianças eleitorais, mas jamais recebi benefício pessoal nem ofereci qualquer vantagem a ninguém”, insiste o homem que só aceitou dirigir o PT, de 2003 a 2005, a pedido do ex-presidente Lula.