O PT e partidos da base aliada do governo federal – incluindo o PSB, de Eduardo Campos, e o PRB, de Celso Russomanno, legendas com as quais os petistas andam às turras por conta das eleições municipais – divulgaram uma nota nessa quinta-feira defendendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da “fantasiosa matéria” com supostas acusações de Marcos Valério afirmando que Lula chefiava o esquema do mensalão. O documento, assinado pelos presidentes Rui Falcão (PT), Eduardo Campos (PSB), Valdir Raupp (PMDB), Renato Rabelo (PCdoB), Carlos Lupi (PDT) e Marcos Pereira (PRB), ataca a nota divulgada na terça pelo PSDB, DEM e PPS: “Pretendem transformar em verdade o amontoado de invencionices colecionado a partir de fontes sem identificação”.
O Estado de Minas apurou que a decisão de divulgar uma nota política sobre o foi tomada na reunião do Diretório Nacional do PT, na segunda-feira, em São Paulo. Ficou acertado que caberia ao presidente do PT, Rui Falcão, a tarefa de procurar os demais presidentes aliados para elaborar um documento conjunto.
Alguns partidos aliados não assinaram o documento. A justificativa da cúpula do PT é de que não deu tempo de procurar todos os presidentes de partidos. Mas a ausência de três legendas parece sintomática: PP, PTB e PR. O presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), denunciou o esquema do mensalão, e o presidente nacional do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), ainda se ressente da saída de seu grupo político do governo federal. Também ficaram de fora o PV e o PSD.
Tão logo a nota dos governistas foi divulgada, o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), respondeu aos ataques para manter o embate político. “Não ouvi ninguém defender qualquer golpe ou procedimento heterodoxo. Nossa preocupação é outra: a legalidade e as urnas”. Para o tucano, a reação dos aliados foi motivada pelos recentes reveses nas pesquisas de opinião. “A constatação é de que o PT não disputa mais a liderança das eleições deste ano, mas o segundo lugar.”