Depois de enfrentar divergências sobre os rumos da campanha, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, estreou nesta quinta-feira um tom mais agressivo contra o tucano José Serra em seus comerciais de TV. A 17 dias da eleição ministros do PT de São Paulo também foram escalados para ajudar a campanha. A presidente Dilma Rousseff deve participar do último comício de Haddad, no dia 29, ao lado do ex-presidente Lula.
O comercial é uma resposta à propaganda do tucano, que associa Haddad ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, ambos réus do mensalão, e ao deputado Paulo Maluf (PP), procurado pela Interpol e aliado dos petistas. “É o bom humor próprio da campanha. Ele (Serra) veio muito mal humorado. A gente quer mostrar para ele que tem uma forma mais saudável de fazer política”, disse Haddad, após caminhada ontem, em Artur Alvim, na zona leste.
Preocupados com a estagnação de Haddad, integrantes da coordenação petista se reuniram nesta quinta-feira com o marqueteiro João Santana. Além do ataque contra Serra, principalmente nos comerciais, o PT vai adotar linha emocional na propaganda. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, gravou mensagem para ser usada no horário eleitoral. Além de Marta Suplicy (Cultura), os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Alexandre Padilha (Saúde) entrarão na campanha.
Avaliações internas do PT mostram que votos da nova classe média estão migrando para Russomanno. É esse público que os petistas querem conquistar. “Vamos fazer mutirões na periferia, onde estão nossos redutos”, disse o deputado Simão Pedro (PT), um dos coordenadores da campanha. No dia 22, Marta participará de comício com Haddad em Brasilândia. No dia 29, Dilma e Lula devem subir no palanque do petista em São Mateus e São Miguel Paulista na zona leste, onde Russomanno vem “roubando” votos do PT.