O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que pediu à Polícia Federal que priorize a investigação sobre o agente da Agência Brasileira de Informação (Abin) identificado pelas iniciais WTN preso em flagrante após operação montada pela PF, acusado de espionar o próprio órgão. Cardozo evitou fazer comentários sobre o caso, alegando que as investigações correm em sigilo.
O ministro reconheceu que o governo ficou "surpreso" com o caso. "Qualquer situação de criminalidade acaba surpreendendo. Neste caso, nós estamos investigando o porquê aconteceu, o que está por trás desses fatos e obviamente tomaremos as medidas necessárias não só para evitar que situações desse tipo de repitam, mas também para punir os responsáveis", comentou.
A prisão ocorreu há uma semana, de acordo com nota da própria Abin, depois de verificar "fluxo atípico de dados em uma estação de trabalho" em sua sede. No momento da prisão, o espião havia conseguido hackear 238 senhas de agentes envolvidos em investigações estratégicas.
Segundo Cardozo, este tipo de situação naturalmente exige rapidez na investigação. "O próprio ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional pediu à Polícia Federal que tomasse todas as providências. Portanto estamos fazendo, dentro daquilo que a lei manda, mas investigando com o máximo rigor e velocidade", comentou o ministro da Justiça, evitando tecer mais comentários sobre o caso, sob a justificativa de sigilo de investigação.