Brasília – O comentário do ministro Joaquim Barbosa sobre o depoimento da presidente em 2009 e a réplica de Dilma Rousseff em nota oficial ajudaram a acirrar ainda mais as críticas de petistas ao relator do mensalão e da oposição ao governo. Apesar de concordarem com o “tom respeitoso” da presidente em relação ao Judiciário, os dois lados se dividem quanto à necessidade de ela ter se manifestado sobre o julgamento.
Os líderes do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), e do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), reconhecem que as palavras usadas por Dilma não foram ofensivas, mas avaliam como “equivocada” a divulgação da nota. “Creio ser adequado a quem preside o país ficar ausente desse debate”, comenta Dias. “O comportamento dela é indevido porque parece mais uma medida para tentar influenciar os ministros a tomar uma decisão pressionados pela declaração da presidente da República”, reclama Bueno.
Governistas Em defesa de Dilma, governistas ouvidos pelo Estado de Minas repreendem o relatório de Joaquim Barbosa e as afirmações da oposição. “A fala da presidente foi tirada de contexto pelo ministro, que faz comentários extrapolando os autos, e a presidente não poderia ouvi-lo calada citar algo que ela não disse”, destacou o vice-líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP). “Além de leviana, é a oposição que está militando para definir e mudar o conteúdo do julgamento.” O líder do partido, Jilmar Tatto (SP), complementa as críticas ao relator do mensalão. “Ele está achando que é Deus, resolveu ser o dono da verdade”, alfineta. “Ele foi indicado pelo PT e é a prova de que o partido faz bobagem, nem sempre acerta.”