Líder nas pesquisas, o prefeito Marcio Lacerda (PSB), candidato à reeleição, foi o alvo preferido dos adversários ontem, durante debate na Fundação João Pinheiro (FJP). Patrus Ananias (PT), Vanessa Portugal (PSTU), Maria da Consolação (PSTU), Tadeu Martins (PPL) e Pepê (PCO) criticaram a administração municipal. Alfredo Flister (PHS) não participou. “O modelo utilizado no debate foi um pouco injusto. Foi um julgamento sem advogado de defesa”, reclamou Lacerda. O prefeito manifestou a indignação durante a fala de seus adversários: levantou os braços em sinal de protesto, balançou a cabeça e reagiu às acusações.
Lacerda se indignou com os ataques e disse que nunca foi acusado de “roubar um tostão público”. “Se estou no serviço público é como voluntário”, reagiu o prefeito, que declarou à justiça eleitoral ter patrimônio de quase R$ 60 milhões.
Na maior parte do debate, contudo, Patrus poupou Lacerda. No único embate direto entre os dois o tema foi segurança pública e as respostas se limitaram às propostas. Lacerda destacou a construção de uma central de monitoramento, que vai integrar as ações, incluindo BHTrans, Samu, Defesa Civil e outros órgãos de segurança e o petista afirmou ter um estudo pronto para implementação de um sistema que chamou de BH em Ação. Com o uso de câmeras, em caso de acidentes, o acionamento do serviço de urgência e da polícia acontecerá automaticamente, conforme o candidato. O petista disse ainda que pretende incentivar a ida da população para as ruas e parques. “A presença das pessoas nas ruas ajuda a inibir a atuação de criminosos”, justificou.
Lacerda destacou o edital de licitação que será lançada nos próximos dias para a compra de 10 trens com quatro vagões cada um pela CBTU para a linha 1 do metrô de Belo Horizonte. De acordo com o prefeito. O prefeito ainda destacou os investimentos no BRT, que terá capacidade para 700 mil passageiros por dia.
Patrus afirmou que o município poderia ter muito mais dinheiro para investimentos se projetos desenvolvidos pela prefeitura tivessem sido apresentados no tempo certo ao governo federal. “Belo Horizonte hoje está aquém de si mesma, porque administração é tímida e tecnocrata”, avaliou. O prefeito preferiu não responder ao petista, referindo-se a crítica feita anteriormente por Pepê, que arrancou gargalhadas da plateia ao comentar uma declaração anterior de Lacerda, que recomendou ao cidadão esperar o próximo ônibus para evitar superlotação. “O Lacerda, provavelmente, não anda de ônibus”, provocou o candidato do PCO.
Lacerda afirmou que entre 10% e 12% dos ônibus andam superlotados e que nos últimos anos, a PBH aplicou multas que somam cerca de R$ 15 milhões nas empresas de transporte público. “As pessoas querem chegar em casa mais cedo e isso contribui para a superlotação. É apenas uma constatação da realidade”, frisou o prefeito após o debate.
Segundo turno Os candidatos que estão atrás nas pesquisas apostam que a eleição não acaba em 7 de outubro. “É sempre positivo para a cidade o segundo turno”, argumentou Vanessa Portugal. “A cidade sempre desmistificou as pesquisas”, avaliou Tadeu Martins. Maria da Consolação seguiu no mesmo tom: “Estamos convidando a população a levar a eleição para o segundo turno. Não há nada decidido. Em 2010, nas eleições presidenciais, diziam que o vencedor em Belo Horizonte seria a Dilma ou o Serra. O resultado foi outro”, comparou. À época, Marina Silva (PV), teve mais votos na capital mineira que os outros dois candidatos. Patrus aposta no potencial da militância petista. “Eleições estão em aberto e nossa candidatura está crescendo muito nas pesquisas”, alega. Já Lacerda quer liquidar logo a fatura: “O esforço é para ganhar no primeiro e voltar a trabalhar”.
DOZE HORAS DE LEI SECA
Foi publicado ontem, no Diário Oficial de Minas Gerais, decisão que proíbe a venda, distribuição e fornecimento de bebidas alcoólicas no primeiro turno da eleição municipal, domingo, em todo o estado. Assinam a medida a Secretaria de Estado de Defesa Social, o Corpo de Bombeiros e as Polícias Militar e Civil. Ela vigora de 6h às 18h de 7 de outubro. No segundo turno, a lei seca valerá pelo mesmo período.