A presidente Dilma Rousseff avisou o PT que vai participar de um comício do candidato petista à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, na noite de segunda-feira, a seis dias da eleição. A vinda de Dilma e o próprio comício, na Cohab José Bonifácio, em Guaianases, Zona Leste, estão sendo mantidos em sigilo pela equipe de campanha de Haddad. Dilma gravou mensagens de apoio para o candidato do PT, que foi ministro da Educação até janeiro, assim como gravou para Patrus Ananias (PT) em Belo Horizonte, mas não tinha intenção de participar de comícios.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a cúpula do PT, porém, pediram que Dilma socorresse Haddad, alegando que sua presença na capital paulista ajudaria a desempatar o jogo com o candidato do PSDB, José Serra. As últimas pesquisas mostram Serra e Haddad em empate técnico, no segundo lugar. O candidato do PRB, Celso Russomanno, lidera todos os levantamentos de intenção de voto.
Guaianases é um dos tradicionais redutos do PT onde Russomanno aparece na frente. Lula também estará no comício da segunda. Hoje, ele subirá no palanque de Haddad em São Miguel Paulista e Cidade Tiradentes, também na zona leste.
Aécio Luiz Inácio Lula da Silva tem abdicado da condição de ex-presidente da República para se tornar um "líder de facção", afirmou ontem o senador e presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG). O ataque de Aécio aconteceu em Maceió (AL). Questionado sobre as declarações de Lula nesta campanha eleitoral, o senador disse que "Lula tem feito ataques muito violentos" e que tem exagerado. "Em seus discursos, ele está, na verdade, abdicando da condição de ser um ex-presidente de todos os brasileiros para ser um líder de facção. Não é bom para ele, para sua história", disse Aécio.
Para o senador, a forma “extremamente agressiva com que ele tem se colocado nos palanques eleitorais não coaduna com a figura e o estereótipo de um ex-presidente da República". Foi a segunda vez que Aécio ataca Lula dessa forma. Em outubro de 2010, em Teresina (PI), em plena campanha presidencial, ele disse que Lula tinha "virado líder de facção política". Na ocasião, Aécio saíra em defesa do então candidato a presidente pelo PSDB, José Serra, que no dia anterior, em campanha no Rio, fora atingido por um objeto na cabeça. O então presidente Lula disse na ocasião que a agressão alegada por Serra era "mentira descarada" e "farsa", porque ele fora atingido por uma bolinha de papel.
O ataque de ontem a Lula rebateu críticas que o ex-presidente tem feito a adversários do PT em cidades em que faz comício. Foi assim em Salvador, em Manaus e em Belo Horizonte. Na capital mineira, Lula criticou, entre outros, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Parece que o incomoda ainda a figura do ex-presidente (FHC). E isso não alterou absolutamente em nada as pesquisas eleitorais (em BH), afirmou o senador mineiro, que repete sempre ser "amigo" de Lula.