O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse na manhã desta segunda-feira que seria "a pior das frustrações" e "o pior dos absurdos" se a fuga de um réu impedisse a execução das penas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão. O procurador afirmou, no entanto, que por enquanto não há restrição à viagem de qualquer réu. Gurgel comentou a saída do País do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, que está na Europa desde agosto.
Gurgel lembrou que, embora ainda não esteja concluído o julgamento, a decisão do Supremo pela condenações de vários réus "não é suscetível de modificação" e "é perfeitamente possível a execução dessa decisão, que pressupõe que estejam todos em território brasileiro".
Na véspera do início do julgamento dos acusados de corrupção ativa, o procurador reiterou a convicção de que "José Dirceu era o grande mentor, o grande líder daquela organização criminosa". Gurgel disse que a condenação dos réus, ao final do julgamento, será "um marco" para a mudança das práticas políticas no País. "Esse comportamento na política dá cadeia, sim. Acredito firmemente que vai ter cadeia, em número bem significativo", afirmou o procurador.