Jornal Estado de Minas

Procurado- geral da República faz política, afirma deputado petista

Agência Estado
Um dia depois de o procurador-geral da República, Roberto Gurgel dizer que “será salutar” se o julgamento do mensalão tiver impacto nas eleições, deputados e advogados do PT não pouparam críticas ao chefe do Ministério Público. Para eles, Gurgel está “fazendo política” e “extrapolando” suas funções.
“O Gurgel tem lado. Não é papel do procurador-geral da República fazer política. Para fazer política é preciso ter voto”, afirmou nessa quinta-feira o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

Na sua avaliação, Gurgel foi “saliente” ao fazer o comentário, atuando como torcedor contra o PT. “Teria ele opção partidária?” indagou o deputado no Twitter. Teixeira disse, ainda, que o PT é “vítima de sua crença no ativismo judicial”.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria manifestado preocupação com o julgamento ao conversar com a presidente Dilma Rousseff, na segunda-feira passada. Naquela noite, pouco antes de Dilma ser chamada para discursar no comício do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, Lula disse a ela que, ao julgar o núcleo político, nesta semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) agia com o objetivo de enfraquecer o PT nas disputas municipais.

Dilma concordou com o diagnóstico de Lula. Para o advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do Setorial Jurídico do PT, as declarações de Gurgel confirmam a “subversão de papéis” no julgamento do mensalão. “Gurgel atua como presidente de partido político, o ministro relator, Joaquim Barbosa, age como procurador-geral da República e o presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto, aparece como deputado de oposição”, provocou Carvalho.