Jornal Estado de Minas

Justiça apreende jornais pró-petista em São Paulo

AgĂȘncia Estado
Oficiais da Justiça Eleitoral apreenderam nessa quinta-feira à noite exemplares do jornal Folha Bancária, editado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e com tiragem de 100 mil exemplares, por suposta propaganda eleitoral indevida em favor do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad.
A ação foi proposta pelos advogados do candidato José Serra (PSDB), sob a alegação de que a publicação viola a Lei Eleitoral. O artigo 24 proíbe os candidatos de receber doações diretas e indiretas, inclusive na forma de publicidade, de entidades de classe e sindical.

O mandado de busca e apreensão foi expedido pela juíza Carla Themis Lagrotta Germano. A decisão proíbe a distribuição do jornal e determina a retirada do PDF da publicação do site do sindicato, filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Os cerca de 500 exemplares disponíveis na sede da entidade, no centro, foram apreendidos. Oficiais de Justiça também foram destacados para cumprir o mandado em outros locais.

A última página dos exemplares apreendidos da Folha Bancária traz seção sob o título “O melhor projeto para São Paulo”, com textos sobre Haddad, Serra e Russomanno. O petista ganhou o dobro do tamanho dos concorrentes e a afirmação de que a “maioria da diretoria do sindicato apoia Fernando Haddad”.

A peça sobre Serra afirma que o tucano vetou projetos de lei que determinavam a instalação de portas de segurança nos bancos e que o PSDB privatizou o Banespa. Diz também que o tucano não divulgou seu plano de governo. O texto sobre Russomanno afirma que o candidato “ganhou destaque não pela atuação política, mas apresentando programas de várias emissoras de TV” e resume seu histórico de filiações partidárias e propostas de governo.

Nem os bancários nem a campanha de Haddad comentaram o caso ontem. O advogado Milton Terra, da campanha de Serra, afirmou que “já é tradicional o sindicato apoiar o PT”. “Eles reiteradamente descumprem a lei”, disse.