Segundo colocado na disputa pela Prefeitura do Recife, o tucano Daniel Coelho já espera contar com o apoio informal de parte do PT pernambucano em eventual segundo turno contra o líder nas pesquisas, o candidato do PSB, Geraldo Júlio, apoiado pelo governador Eduardo Campos (PSB).
“Formalmente é pouco provável um acordo, até pela polarização que existe no campo nacional entre PSDB e PT. Nosso partido faz oposição ao governo federal. Mas a gente sabe que (...) a militância, os simpatizantes do PT, estão muito ressentidos pela atitude que teve o PSB na campanha. O PSB assumiu o compromisso de apoiar o PT fosse o candidato que fosse. Não cumpriu esse compromisso. E fez campanha muito violenta, especialmente nos últimos dez dias, marcada por agressões”, disse Coelho, de 33 anos, deputado estadual em primeiro mandato.
Os entendimentos entre PSDB e PT começaram há pouco mais de um mês, sigilosamente. Os dirigentes das legendas acertaram ações conjuntas contra a candidatura do PSB na Justiça Eleitoral. Em nenhum momento houve ataques diretos entre tucanos e petistas, apesar de disputarem a segunda vaga no turno final. O foco foi sempre o candidato do PSB. Humberto Costa não quis comentar a proposta de Coelho de uma coalizão contra Júlio, sob o argumento de que estará no segundo turno.
O candidato do PSB também evitou o assunto. “Não vou comentar sobre isso. Só o que diz respeito ao meu partido”, limitou-se a afirmar.
Mentor da candidatura de Júlio, o governador disse que só tratará de segundo turno em entrevista após o encerramento da apuração. “A grande aliança para o segundo turno é com o povo. Nosso campo político tem claros o rumo e o roteiro”, afirmou.