Jornal Estado de Minas

Contra rejeição, Serra focará em "compromisso com a cidade" e biografia

Com o maior índice de rejeição entre os candidatos a prefeito de São Paulo, o comando da campanha do candidato do PSDB, José Serra, pretende trabalhar a biografia do tucano e o seu histórico de realizações na capital paulista para tentar reverter a resistência existente em alguns setores do eleitorado. Além disso, insistirá na tese de que Serra tem “compromisso” com a cidade de São Paulo e que cumprirá os quatro anos de mandato.
Aos seus interlocutores, Serra tem falado que sua rejeição está ligada diretamente ao fato de ter renunciado em 2006 - um ano e três meses depois de ter assumido a Prefeitura, para disputar o governo do Estado de São Paulo. Também afirmou que, caso sua rejeição fosse mesmo uma tão questão determinante, ele não teria passado para o segundo turno em primeiro lugar.

Os tucanos avaliam que os adversários deverão insistir na tese da renúncia de 2006. Por isso mesmo, Serra tende a reafirmar sua decisão de permanecer no cargo de prefeito, na hipótese de se eleger, até 2016.

A campanha de Serra tem o intuito ainda de promover um embate comparativo com o PT e explorar o antipetismo da capital paulista. Primeiro, pretende mostrar aquilo que os tucanos chamam de “dimensão política” da figura de Serra e comparar o que ele fez pelo País com o que o adversário petista, Fernando Haddad, já teria realizado. Os tucanos também vão fazer análises comparativas das gestões José Serra/Gilberto Kassab (PSD) com as administrações de Marta Suplicy (2001-2004) e Luiza Erundina (1989-1992) - hoje deputada pelo PSB, mas que foi prefeita da cidade pelo PT.

A ideia é mostrar que o modelo tucano de governar rendeu mais para a cidade que o petista. Serão mostrados números favoráveis ao tucano e imagens de greves e problemas na cidade nas áreas de saúde, por exemplo, quando a capital era administrada pelo PT.

Os coordenadores da campanha consideram que o segundo turno é uma nova fase da disputa e que “o jogo começará do zero”. Além de intensificar o debate sobre ética para buscar derrotar a candidatura petista, os tucanos entendem que o principal aliado nesta fase da eleição será o antipetismo da cidade de São Paulo e a discussão no País sobre corrupção.