A campanha do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vai adquirir contornos nacionais no 2º turno contra José Serra (PSDB). Minutos após ser confirmado na segunda rodada da disputa, o petista disse que buscará aliança com Celso Russomanno (PRB), que terminou em terceiro lugar, e com todos os partidos da base de sustentação do governo Dilma Rousseff.
“Nós vamos buscar o apoio de todos os partidos da base aliada do governo Dilma, sem nenhum veto, nenhuma restrição. Nós entendemos que se os partidos apoiam o projeto nacional, e se queremos que esse projeto tenha expressão forte em São Paulo, precisamos do apoio de todos”, afirmou Haddad. “São Paulo tem importância para o projeto nacional.”
O candidato do PT disse não ver razão para que as críticas feitas por ele à proposta de Russomanno, prevendo uma tarifa de ônibus proporcional, sejam obstáculo para a aliança no 2.º turno. “Eu, ao contrário de alguns, não faço política atacando pessoas, reputação, ninguém. Faço política discutindo ideias”, insistiu Haddad, numa referência indireta a Serra.
Emocionado, Haddad contou que Dilma e Lula telefonaram para ele neste domingo (7) e o cumprimentaram pela passagem para o 2.º turno. Nos bastidores do PT, a chegada do ex-ministro da Educação como finalista foi atribuída a uma vitória pessoal de Lula, que comprou briga no partido para bancar sua candidatura e nos últimos dias não saía das ruas, pedindo votos.
Mensalão
O desafio de Haddad é se livrar no 2.º turno da exploração do julgamento dos réus petistas do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal. “O eleitor sabe discernir entre o julgamento do mensalão e o pleito municipal”, afirmou Haddad, neste domingo (7). “Eu nunca fui arguido nas ruas sobre isso.”
O comando da campanha petista já prepara o contra-ataque. Com o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu na iminência de ser condenado pelo STF como “mandante” do esquema de compra de votos, em 2005, o PT vai voltar a artilharia para o “mensalão tucano”, que teria começado em Belo Horizonte.