Jornal Estado de Minas

PMDB do vice-presidente da República é o fiel da balança no 2º turno em Salvador

Agência Estado
O PMDB do vice-presidente da República, Michel Temer, transformou-se no principal alvo de Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM) e Nelson Pelegrino (PT), os candidatos que disputarão o 2º turno da eleição em Salvador. Eles consideram fundamental o apoio do PMDB, cujo candidato, Mário Kertész, ficou em terceiro lugar, com 9% dos votos, e já avisou que encerra aqui sua vida política.
Na Bahia, o PMDB, principal aliado da presidente Dilma Rousseff, faz oposição renhida ao governador petista Jaques Wagner - a ponto de ter negociado com o DEM e o PSDB a articulação de uma candidatura única de oposição em Salvador. Por isso mesmo, os petistas consideram difícil uma conversão de todo o PMDB para apoiar Pelegrino.

Nessas condições, Wagner e Pelegrino esperam pelo menos rachar o PMDB, obtendo o apoio solitário de Kertész, o que deve ocorrer. O ex-ministro Geddel Vieira Lima que, com o irmão Lúcio Vieira Lima, lidera o PMDB na Bahia, teve ontem um encontro com Kertész e o racha ficou praticamente selado.

Além da posição contrária ao governo de Jaques Wagner, os irmãos Vieira Lima não esconderam o descontentamento com a participação da presidente Dilma na campanha de Pelegrino. “Nessa situação, acho natural que eles venham para o nosso lado”, disse o presidente do DEM na Bahia, José Carlos Aleluia.

Ao governo federal, resta aumentar a pressão sobre a direção do PMDB baiano, tentando fazer com que volte a se aliar ao PT no Estado. A intenção da presidente Dilma é enquadrar Geddel, atualmente vice-presidente da Caixa Econômica Federal. Por enquanto, Wagner tem preferido não mexer com Geddel.

Michel Temer tem conversado com Geddel para que, se não for possível apoiar Pelegrino, pelo menos que se mantenha neutro. Temer está interessado em manter a paz com o PT. Afinal, o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), ainda não foi eleito presidente da Casa. Uma rusga maior pode levar o PT a retirar o apoio a Henrique Alves, o que poderia respingar no governo federal e levar a uma dissidência que não interessa, porque alianças entre petistas e peemedebistas serão fechadas para o 2º turno das eleições, como em São Paulo.