Jornal Estado de Minas

Para Lewandowski, Genoino será condenado "apenas por ter sido presidente do PT"

O ministro revisor disse ter ficado "perplexo" com os argumentos dos outros magistrados

Marcelo Ernesto - Enviado especial a Curitiba
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Carlos Ayres Britto, abriu nesta terça-feira a 33ª sessão de julgamento do processo do mensalão. O primeiro a apresentar seu voto é o ministro Dias Toffoli sobre o envolvimento do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e de outros réus acusados de corrupção ativa, pelo Ministério Público Federal. Antes do voto de Toffoli, o ministro revisor pediu a palavra para esclarecer um aspecto sobre sua argumentação relacionada ao ex-presidente do PT, José Genuíno, que segundo ele, será condenado “apenas por ter sido presidente do PT”.
De acordo com Lewandowski, não existe assinatura conjunto de Genoino e Marcos Valério para avalizar um dos empréstimos do partido. “Não há assinatura conjunta de Valério e Genoino na primeira negociação, só nas renovações”, disse. Lewandowski rebateu os argumentos apresentados pelo relator e pelos ministros Rosa Weber e Luiz Fux para a condenação do ex-presidente do PT.

Já o ministro Marco Aurélio Melo, respondeu o revisor informando a existência de cédula de empréstimo com a assinatura de Genoino e Valério. Contudo, segundo Lewandowski o Ministério Público não inclui o citado empréstimo como parte do esquema de compra de votos e lavagem de dinheiro, no chamado valerioduto e afirmou que Genoino responde apenas por ser o líder do partido à época. “Genoino está sendo condenado pelo simples fato de ser presidente do Partido dos Trabalhadores na época”, afirma o ministro.

Três dos atuais dez ministros do STF já condenaram o ex-chefe da Casa Civil e devem ser acompanhados pelos colegas nesta terça-feira. Ex-subordinado a Dirceu no governo, Toffoli deve votar para absolvê-lo das acusações. Se pelo menos mais três ministros considerarem Dirceu culpado, o Supremo confirmará o que o Ministério Público apontava e ele sempre negou: o mensalão foi gerenciado pelo então ministro entre "as quatro paredes da Casa Civil".

Com Agência Estado