Jornal Estado de Minas

Presidente da Câmara diz que mensalão não impactou eleições

Agência Estado
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), afirmou que o julgamento do processo do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) não provocou impacto no desempenho do PT nas eleições municipais. Maia considerou que o PT perdeu nos locais em que errou politicamente na condução das alianças partidárias. "Esse tema não foi fundamental nas eleições. O PT cresceu em número de prefeituras e em número de votos", afirmou. "Esse tema não tem impacto, que alguns gostariam que tivesse, na vida política e no processo eleitoral do País", completou.
Na semana passada, antes do primeiro turno eleitoral, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, declarou que seria positivo se a condenação dos réus do mensalão tivesse impacto nas eleições municipais. "As urnas dirão se houve repercussão, mas, a meu ver, seria bom que houvesse, seria salutar", disse Gurgel, durante intervalo de sessão de julgamento no Supremo.

Marco Maia reiterou sua avaliação de que não houve compra de votos, contrariando a denúncia do Ministério Público e a decisão dos ministros do Supremo até agora. Segundo Maia, essa tese não "coaduna com a realidade". Adotando a mesma linha da defesa do ex-ministro José Dirceu, o presidente da Câmara afirmou não haver nenhuma prova concreta de que o petista tenha participado dos acordos com a finalidade de comprar apoio dos partidos.

O presidente da Câmara classificou de "insanidade" a tese de que as votações de projetos aprovados com votos comprados no esquema do mensalão devam ser anuladas. Essa tese já foi levantada por ministros do Supremo durante o julgamento do processo. Maia afirmou que, além de não haver provas de compra de votos, o número de deputados em julgamento não compromete a votação. "Estamos investigando quatro ou cinco parlamentares. A não ser que tivesse a comprovação do envolvimento de 200 parlamentares, o que não é o caso", disse Maia.

"É uma insanidade levantar isso". Segundo o presidente da Câmara a reforma da Previdência, um dos projetos nos quais teria havido a compra de votos, segundo o Ministério Público, foi aprovada com ampla maioria parlamentar.