Após ser condenado, nessa terça-feira, por corrupção ativa pelo Supremo Tribunal Federal, o ex-deputado José Genoino disse que vivia a sensação de estar “numa noite escura”, sem ser ouvido. Genoino acompanhou o julgamento em casa e disse que recorrerá até à corte internacional, se for necessário, para provar sua inocência no processo do mensalão.
A presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ligaram para ele logo após a sessão do Supremo que selou o seu destino, manifestando solidariedade.
Ex-presidente do PT, Genoino ficou abatido com o voto do ministro José Antônio Dias Toffoli, que o culpou por ter avalizado empréstimos para o PT, considerados fajutos. Toffoli já foi advogado do PT e sua sentença causou perplexidade. Aos amigos, o ex-deputado disse que o ministro o conhece bem e, por isso, “deveria saber” que ele não cuidava das finanças do partido.
Genoino assumiu a presidência do PT a contragosto, em 2003, atendendo a pedido de Lula. Ele substituiu José Dirceu, alçado à Casa Civil.
Nos últimos dias, Genoino mostrou sinais de depressão. Ao comparecer à seção eleitoral para votar, no domingo, perdeu a calma com jornalistas. “Vocês são urubus que torturam a alma humana”, disse ele, que hoje é assessor do Ministério da Defesa. Ex-guerrilheiro, Genoino lembrou até mesmo os tempos da ditadura para criticar a imprensa. “Antes, a tortura era com pau de arara. Agora é com a caneta”, insistiu.