O PMDB adiou para esta quinta-feira o anúncio de apoio ao candidato do PT em São Paulo, Fernando Haddad. A decisão foi postergada devido a entraves regionais em Natal, Salvador e Mauá, cidades onde PT e PMDB buscam acordos de última hora. A cúpula nacional do PMDB decidiu ainda aguardar o encontro, na capital paulista, entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, onde as alianças em segundo turno são discutidas, antes de selar o acordo em São Paulo. Os dois vão almoçar juntos hoje.
O PT quer o apoio do PMDB em troca de contrapartidas em cidades como Florianópolis e Campina Grande, bem como prioridade do Palácio do Planalto na próxima reforma ministerial, que deve ficar para o início do próximo ano. Em Natal, o PMDB cobrava o apoio do PT ao candidato Hermano Morais, afilhado político do líder da sigla na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves. A direção estadual do PT no Rio Grande do Norte, contudo, pretende fechar aliança em torno da candidatura de Carlos Eduardo (PDT). Ante o imbróglio político, o PMDB cobra agora do PT neutralidade do partido nas eleições municipais.
O apoio petista em Natal é avaliado como essencial para uma vitória na capital norte-riograndense. O candidato do PT no primeiro turno, Fernando Mineiro, teve 22,63% dos votos válidos, uma diferença de apenas 1.465 votos do segundo colocado.
Em Mauá, por sua vez, o PMDB colocou na mesa de negociação um pedido de última hora. No município do estado de São Paulo, Vanessa Damo (PMDB) e Doniste Braga (PT) enfrentam-se no segundo turno. O PMDB cobra “equilíbrio” da direção nacional do PT na disputa municipal, ou seja, que nem Dilma Rousseff nem Luiz Inácio Lula da Silva gravem depoimentos para a campanha municipal.
Em Salvador, o PT pediu mais tempo para o PMDB e deflagrou desde ontem esforço concentrado para atrair a sigla aliada para a candidatura do petista Nelson Pelegrino. Na capital baiana, Geddel Vieira Lima, vice-presidente da Caixa Econômica, quer apoiar o candidato ACM Neto, do DEM. Na segunda-feira, o vice-presidente Michel Temer telefonou três vezes para o líder do PMDB na Bahia, na tentativa de convencê-lo a apoiar o PT.
Sem sucesso, o PMDB na Bahia decidiu formalizar o apoio ao candidato do DEM nesta tarde. O Palácio do Planalto cobra agora de Geddel Vieira Lima que deixe o cargo na Caixa Econômica.
Serra
O PTB fechou acordo ontem com o PSDB e vai declarar apoio ao candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, José Serra, no segundo turno. De acordo com o presidente estadual do partido, deputado estadual Campos Machado, a aliança foi costurada entre ele e o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
“Não tinha como deixar de apoiar o candidato dele (Alckmin) pela nossa ligação de amizade”, afirmou o deputado. Campos Machado afirmou que o partido dará “apoio integral, sem dissidências” ao PSDB. “Será um trabalho como se fosse o nosso candidato à prefeitura, iremos para as ruas, teremos eventos todos os dias. O partido vem como um todo”, garantiu.
Campos Machado afirmou que os quatro vereadores eleitos pela sigla na capital pedirão votos para o candidato tucano . O apoio oficial será declarado hoje, na sede do PTB, na Avenida 9 de julho, na Zona Sul. Para Campos, o segundo turno das eleições vai servir também para medir forças da militância de sua sigla com o PT, do candidato Fernando Haddad.