O PTB formalizou nesta quinta-feira o apoio à candidatura do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) à Prefeitura da capital paulista, em evento realizado na sede petebista, na zona oeste da cidade. Em discurso, Serra afirmou que "São Paulo não é conduzida por ninguém, exceto pelo paulistano". Na mesma linha, o presidente do PTB no Estado, deputado estadual Campos Machado, justificou o apoio a ele dizendo que São Paulo não pode ficar "à mercê de marionetes", numa referência ao fato de o candidato do PT, Fernando Haddad, ser afilhado político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff. Depois de receber o apoio do PTB, Serra seguiu para o Sindicato dos Metalúrgicos, no bairro da Liberdade, centro da capital, para ganhar a adesão formal do PDT à candidatura neste segundo turno das eleições municipais.
O apoio do PDT ao ex-governador de São Paulo é capitaneado pelo deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, candidato derrotado neste primeiro turno das eleições. Nesta quarta-feira (10), o a cúpula do PT ainda tentou obter o apoio dos pedetistas para a candidatura de Haddad nesta corrida eleitoral. O coordenador da campanha de Serra, Edson Aparecido, classificou o movimento do PT em tentar angariar o apoio do PDT como "deselegante", pois Paulinho havia anunciado nesta terça-feira (09) que o apoiaria neste segundo turno em São Paulo.
Machado recorreu ainda a uma metáfora futebolística para comparar o candidato petista a Serra. "Eu sou palmeirense (como o candidato tucano), mas, em termos de competência (a comparação entre Serra e Haddad), é comparar o Barcelona com o Palmeiras", frisou. Estavam presentes ao evento de formalização do apoio do PTB a Serra, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o candidato derrotado a vice na chapa de Celso Russomanno (PRB) Luiz Flávio Borges D'Urso (PTB), vereadores eleitos pela coligação de Serra e pelo PTB e o bispo Gê, apresentado como representante do apóstolo Estevam Hernandes e da bispa Sônia, da Igreja Renascer.
Em seu discurso, Serra retomou o mote de que São Paulo é governada por dois prefeitos, o estadual - em referência ao governador -, e o municipal e ressaltou que, apesar de ter deixado a Prefeitura em 2006, menos de dois anos após tomar posse, recebeu mais votos no primeiro turno para governador do que quando concorreu para prefeito em 2004.
O tucano ressaltou ainda a importância da militância do PTB e da lealdade de Machado. "Agora, passa a ser não apenas o José Serra do PSDB e da nossa aliança, mas também o José Serra do PTB", afirmou. Alckmin lembrou em discurso que o ex-governador Mário Covas também recebeu apoio semelhante ao declarado nesta quinta-feira nas eleições de 1998, quando foi reeleito governador. "Mário Covas, quando esteve aqui, em 1998, disse que Campos Machado é sinônimo de lealdade. Esta casa (a sede do PTB) dá sorte", avaliou. Alckmin também defendeu a tese de que o segundo turno é "uma nova jornada". No evento, o recém-criado Partido Ecológico Nacional (PEN) também declarou apoio à candidatura do tucano.