O candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, condenou nesta quinta o uso político da religião na campanha eleitoral. Durante o evento de formalização do apoio do PMDB ao PT, que teve a bênção da presidente Dilma Rousseff, Haddad destacou a sua formação cristã, mas disse que não pretende usar a religião para atrair o eleitorado. "Não quero ganhar um voto por isso", disse o candidato, afirmando que nunca esteve distante do público religioso.
Descendente de libaneses, Haddad ressaltou que seu avô foi um líder religioso importante no Líbano e que ainda mantém vínculos com a religião cristã ortodoxa. Para o petista, todas as religiões merecem seu respeito, por isso não pretende sensibilizar o eleitorado com esse argumento.
O deputado federal Gabriel Chalita (PMDB-SP), quarto colocado no primeiro turno da eleição municipal, também criticou a mistura entre religião e política e disse que foi o primeiro na campanha a se posicionar contra essa prática. "Mas eu acredito que o povo está amadurecendo em relação a isso", disse.
Pouco antes da oficialização do apoio, Chalita, Haddad e a cúpula do PMDB receberam uma ligação da presidente Dilma Rousseff, cumprimentando-os sobre o acordo. Já no evento, que teve a presença do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), além de correligionários do PT e do PMDB, Chalita destacou que mesmo apoiando o petista, continuará mantendo uma boa relação com o governador Geraldo Alckmin, do PSDB.
Na entrevista coletiva, Haddad e Chalita destacaram a todo momento a boa relação entre eles, que começou ainda quando o petista era ministro da Educação e Chalita pertencia ao PSDB e era secretário da Educação do Estado de São Paulo. "Conto muito, sobretudo, com a amizade de Chalita", disse Haddad, ressaltando que Chalita, mesmo sendo de partido adversário, sempre colocou "os interesses públicos acima dos interesses partidários". Chalita retribuiu os elogios, destacando o histórico sem denúncias na carreira política de Haddad. "Não tem nada que macule a sua imagem", afirmou o deputado.