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Estado de Minas

Recurso internacional é escracho, diz Barbosa


postado em 12/10/2012 06:00 / atualizado em 12/10/2012 07:12

Brasília – O futuro presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, avalia o julgamento da ação como um "marco" para a sociedade e como um possível "freio de arrumação" para a política brasileira. Em entrevista na manhã de ontem, o ministro classificou como um "escracho" a intenção da defesa de parte dos réus do mensalão de recorrer das condenações a cortes internacionais.

Sem citar nomes, o ministro lembrou que as decisões do Supremo são soberanas e não subordinadas a outras instâncias. “(Esse posicionamento) é um escracho para com as nossas instituições e mostra que essas pessoas que estão comandando esse movimento não pensam no país. Não pensam na consolidação das nossas instituições. Só pensam em si mesmas, em grupos e facções."

“(O julgamento) vai ser um marco não só para a política brasileira. Para a política talvez signifique um freio de arrumação. Mas para a sociedade é um episódio espetacular porque estamos assistindo à Justiça penetrando nos lares das pessoas, ao modo de fazer Justiça", afirmou o ministro, que na quarta-feira foi confirmado como o próximo presidente da Corte.

Joaquim Barbosa relativizou as críticas à condução do processo. "As provas estão lá em abundância. O que tem havido é tentativa de politização de um resultado negativo para essa ou aquela pessoa. E quanto a isso, cada um tem a liberdade de fazer o que bem entende", ponderou.

Após a condenação por maioria de votos, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoino afirmaram que a decisão da Corte foi política e reforçaram a tese da defesa de que faltam provas sobre atuação de ambos no esquema.

Enquanto isso...
…Ministro critica uso eleitoral

O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse ontem que o uso do julgamento do processo do mensalão no segundo turno das eleições por adversários do PT será uma estratégia equivocada. "Quem for inteligente não vai tentar fazer isso. Se o fizer, a população tem muita sabedoria para julgar e entender que o que vale é a prática de um projeto que está mudando o Brasil”, afirmou Carvalho, que chefiou o gabinete do ex-presidente Lula durante todo o governo do petista (2003-2010). O ministro considerou “uma perda bastante grande” a saída do ex-presidente do PT José Genoino do cargo de assessor especial do Ministério da Defesa. Genoino pediu demissão na quarta-feira, quando ele, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-tesoreiro do PT Delúbio Soares foram condenados corrupção ativa pelo Supremo Tribunal Federal.


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