Em 2008, foram 90.299 votos em branco e 123.650 nulos para a eleição à Câmara. Outros 298.601 belo-horizontinos deixaram de votar. Somados, esses 512.550 eleitores representam 28,9% dos 1.772.227 aptos a votar naquela eleição. Naquele pleito, os votos de legenda foram 164.114, ou 9,26% do total e 12,9% dos que votaram para vereador. Há quatro anos, a soma dos brancos, nulos, abstenções e legendas foi de 38,16%.
A média de votos brancos, nulos e das abstenções em Belo Horizonte, de 32,48%, se mantém maior do que o percentual geral registrado no estado. Na eleição deste ano, 22,64% dos 15.019.136 eleitores mineiros distribuídos nos 853 municípios não compareceram, anularam ou votaram em branco para vereador.
Na eleição para escolher o prefeito de Belo Horizonte, 31% dos eleitores somados não votaram ou escolheram votar em branco ou nulo. Em relação aos 81,12% eleitores que compareceram para votar, 5,79% digitaram a opção branco e 9,15% nulo. Em 2008, das 83,15% pessoas que votaram para prefeito, 6,13% o fizeram em branco e 8,39% anularam o voto.
Representatividade Para o cientista político Malco Camargos, professor da PUCMinas, apesar dos escândalos envolvendo a Câmara Municipal de Belo Horizonte no último ano, não se pode falar em um desinteresse maior do eleitor. “Não houve um aumento da abstenção, que está dentro da média histórica, mas da renovação que foi muito alta”, afirmou. Na avaliação dele, a escolha pela legenda é uma manifestação por um partido e, portanto, uma escolha tão valiosa e importante quanto a de quem opta por um nome.
O cientista afirmou que apesar de boa parte dos eleitores de BH não terem votado diretamente em nenhum dos nomes que vão ocupar a Câmara Municipal a partir de 2013, os eleitos têm representatividade. “O fato de 40% não terem escolhido diretamente um nome ou de o prefeito Marcio Lacerda ter tido menos votos do que os brancos e nulos e abstenções somados não tem a menor importância. Cabe a eles cumprir as atividades independentemente de quantos votos tiveram”, argumentou.