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Estado de Minas

Amizade com Cachoeira faz deputado ficar perto da cassação


postado em 15/10/2012 07:53

O futuro político do deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) está nas mãos do colega e relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG). Um parecer da Corregedoria da Câmara recomendando a cassação do tucano aguarda encaminhamento para o Conselho de Ética da Casa há três meses, e agora foi limitado ao resultado da CPI. A decisão de livrar Leréia da Justiça pode também forçar sua absolvição política. Mas Cunha, que acompanhou o trabalho da Corregedoria, já dá sinais de que o caso não será ignorado. Na terça-feira, quando prestou depoimento ao colegiado e reafirmou a amizade com o bicheiro, Leréia intrigou o relator. “São vínculos comprometedores. É uma relação muito semelhantes à de Demóstenes Torres com Cachoeira”, declarou, comparando a situação à do ex-senador cassado em julho justamente por causa da ligação com o contraventor.

A Comissão de Sindicância da Corregedoria analisou por três meses a possível relação dos deputados Leréia, Sandes Júnior (PP-GO) e Rubens Otoni (PT-GO) com Carlinhos Cachoeira e concluiu que apenas o tucano deveria ser investigado por quebra de decoro. “Ficou claro que eles (Leréia e o bicheiro) mantinham não só uma relação muito próxima de amizade, mas também de negócios”, afirmou o relator do caso de Leréia na comissão, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS). “A diferença em relação ao Demóstenes é que o Leréia não mentiu nem negou em momento algum sua ligação com Cachoeira”, acrescentou.

Antes de ir para o Conselho de Ética, o relatório recomendando a cassação seguiu para a Mesa Diretora da Casa. Com o recesso parlamentar seguido do período eleitoral, o comando da Câmara não se reuniu e o parecer ficou adormecido. Na última semana, o presidente Marco Maia (PT-RS) indicou que não deve haver decisão enquanto o relatório da CPI não ficar pronto. “Acho que temos de esperar o fim da CPI para depois puxarmos essa questão aqui na Câmara. Não vejo que seja prudente você encaminhar o debate sobre isso sem termos uma decisão lá”, comentou.

ARQUIVO Com a definição de Marco Maia, parlamentares que tiveram acesso aos dados que incriminam Leréia temem que o desfecho seja minimizado. Se Odair Cunha recomendar que deve haver processo contra o tucano, a Câmara pode acatar a sugestão e encaminhar o caso para o Conselho de Ética. Caso contrário, toda a investigação já feita pelos integrantes da comissão de sindicância da Casa corre o risco de ser arquivada, mesmo que o grupo tenha concluído que há indícios graves de quebra de decoro. “Nós analisamos o decoro, a CPI analisa o crime. São coisas diferentes. Evitar que a investigação continue pode parecer corporativismo, o que é muito ruim para a imagem da Casa”, defende Jerônimo Goergen.


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