Em cerimônia de encerramento da 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), o recém-nomeado presidente do organismo, Jaime Mantilla, ressaltou a necessidade de luta constante pela liberdade de expressão, principalmente em países com governos que dificultam o livre trabalho jornalístico. O jornalista equatoriano, do jornal Hoy, de Quito, participou por meio de videoconferência do encerramento, que aconteceu nesta terça-feira no hotel Renaissance, em São Paulo.
O novo presidente da SIP afirmou que, à frente da SIP, vai se inspirar em preceitos definidos décadas antes por Albert Camus. Segundo ele, Camus havia afirmado que é necessário ter lucidez, ironia, obstinação e "rechaço". "Lucidez para não publicar o que possa incentivar o ódio. Rechaço porque nenhuma imposição fará com que o jornalista honesto seja desonesto. A ironia segue sendo uma arma contra os extremamente poderosos, e a obstinação coloca-se a serviço da objetividade e da tolerância."
Mantilla aproveitou seu pronunciamento para mencionar os nomes do conselho de diretores da sua gestão. Segundo ele, é também necessário aumentar o número de sócios da SIP no Brasil e nos Estados Unidos.
A assembleia da SIP aconteceu entre os dias 12 e 16 e abordou temas como a convergência das novas tecnologias e a mídia tradicional, o futuro do jornal em papel e as ameaças à atividade jornalística pelo crime organizado. O evento divulgou ainda um relatório inédito da SIP sobre a realidade da censura à imprensa.
Representantes do jornal espanhol El País estiveram presentes na assembleia para debater a questão da adaptação do jornalismo aos novos tempos frente à crise econômica. O New York Times também participou do encontro, discutindo o futuro do jornalismo na era digital.