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João Alves Filho (DEM) é eleito prefeito em AracajuEm Aracaju, João Alves (DEM) lidera apuraçãoSuíça bloqueia contas ligadas ao mensalão do DEMExaltado, Arruda negou as acusações e disse que todos os diálogos apresentados por Durval e periciados pela PF foram editados e manipulados. "Acabaram com a minha vida pública porque eu não cedi às chantagens desses bandidos", garantiu. Mas entrou em contradição e admitiu que, após eleito, recebeu os empresários financiadores de sua campanha, que teriam lhe cobrado a fatura. "Financiamento privado de campanha é fonte de crise permanente", observou ele, citando como exemplo o mensalão petista do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Um dos maiores esquemas de corrupção da política brasileira, o mensalão do DEM foi desmantelado em novembro de 2009 pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema consistia no desvio de recursos públicos em contratos "viciados" cobrança de propina de empresários que tinham negócios com o governo e rateio de caixa dois entre autoridades e políticos da base aliada. Entre 2000 e 2009, teriam sido desviados mais de R$ 1 bilhão dos cofres públicos.
Além de Arruda, figuram na lista de 37 denunciados pelo Ministério Público o vice-governador Paulo Octávio Pereira, dez deputados e ex-parlamentares, secretários de Estado e autoridades. Em 20 de setembro, no último despacho sobre o caso, o ministro relator transformou o inquérito criminal 650 na ação penal 707, tornando os acusados formalmente em réus. Eles responderão pelos crimes de corrupção - ativa e passiva -, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
O dinheiro era desviado por meio de contratos, a maioria na área de informática, com dispensa de licitação. Outro mecanismo consistia no reconhecimento de dívidas relativas a serviços não realizados ou superfaturados. "Generosíssimos pagamentos eram feitos a diversas empresas, muitas do setor de informática e, claro, em retribuição aos pagamentos, os empresários e proprietários mantinham pagamentos regulares, mensais a diversas pessoas do governo", explicou o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, quando entregou a denúncia, em junho.
A ação corre no STJ porque um dos acusados, o conselheiro Domingos Lamoglia, do Tribunal de Contas do DF, tem direito a foro especial. Se ele renunciar ao cargo, o caso desce para a Justiça Federal de primeira instância, uma vez que nenhum dos demais réus tem prerrogativa de foro especial. A denúncia demorou mais de dois anos a ser entregue porque o MP, segundo Gurgel, teve de refazer quase todo o inquérito da PF, que deixou de fora vários envolvidos no esquema, entre os quais os deputados que aprecem em fitas de vídeo embolsando propinas.
Por ocasião da abertura do inquérito, em novembro de 2009, a procuradora da República Raquel Dodge anexou 30 vídeos que revelam em detalhes como funcionava a máquina de arrecadação e distribuição de propina. O primeiro mostra Arruda recebendo R$ 50 mil das mãos de Durval Barbosa, operador do esquema, que depois se tornou delator e terá benefícios penais por isso.
Há fitas com acusados colocando dinheiro na cueca, nos bolsos, em pastas e bolsas. O ex-presidente da Câmara Distrital Leonardo Prudente aparece enfiando maços de dinheiro nas meias. O ex-corregedor da Casa deputado Júnior Brunelli, que é pastor evangélico, aparece em outro vídeo recebendo dinheiro e fazendo a oração da propina junto com Durval e Prudente. A deputada Eurides Brito foi cassada depois do vídeo em que põe dinheiro na bolsa.
A deputada federal Jaqueline Roriz, que aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro de Durval, também depôs nesta terça-feira. Ela disse que se tratava de recursos para ajuda de campanha e que não sabia que a origem era ilegal.