Jornal Estado de Minas

CPI do Cachoeira é prorrogada sem data limite

João Valadares
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira vai ser prorrogada, só não se sabe por quanto tempo. Governistas não querem esticar muito esse prazo e defendem que  ele chegue a apenas 30 dias. Os oposicionistas desejam manter os trabalhos até abril. A reunião de líderes, ocorrida na tarde de ontem no gabinete do presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que serviria justamente para bater o martelo em relação ao prazo, terminou sem acordo. De concreto, apenas a determinação de suspender os trabalhos mais uma vez, em virtude do segundo turno das eleições. Assim como ocorreu em setembro, quando a investigação foi interrompida por causa do primeiro turno, a comissão entra em recesso até 30 de outubro.
“Os partidos entenderam que, por estarmos vivendo um período eleitoral, não poderíamos contaminar nenhuma discussão de apresentação do relatório ou outras discussões de requerimentos neste momento que antecede o segundo turno”, salientou Vital do Rêgo. O senador ressaltou que, no dia 30, uma nova reunião de líderes definirá o novo prazo para o término da CPI. Um dia depois, ocorrerá uma reunião administrativa com o objetivo de referendar a decisão do colegiado, tomada no dia anterior, e votar em bloco os mais de 500 requerimentos acumulados até agora.

O deputado Rubens Bueno (PPS-PR) foi o único que fez críticas mais severas à decisão tomada no encontro. “Vamos esperar até o dia 30 para saber o que vamos fazer. A verdade é que eles não querem mais investigar. De acordo com a PF, Cachoeira é sócio oculto da Delta. Por que a CPI não aprofunda todas essas relações?”, questionou o parlamentar, que foi o primeiro a deixar a reunião. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), autor do requerimento de prorrogação, defende um prazo adicional de 180 dias. “Os fatos evidenciam que há a necessidade de prorrogação. Vamos lutar para ter todas as assinaturas.”