O ex-presidente do PT José Genoino avalia que a condenação que lhe foi imposta pela Justiça Federal reforça sua suspeita sobre uma perseguição de caráter político. Genoino, segundo seu advogado, o criminalista Luís Fernando Pacheco, entende que o novo revés caracteriza “judicialização da atividade partidária”. Pacheco disse que o petista, réu também na ação do mensalão, “reagiu com tranquilidade” à notícia sobre sua condenação. “Ele levou tudo dentro do mesmo contexto, o de um julgamento não isento”, disse.
O advogado de Genoino diz que o MPF agiu com incoerência. “Esta ação é um filhote da 470 (mensalão). Teve início em Minas, foi para o Supremo pela prerrogativa de função de Genoino e voltou à 1ª instância quando ele deixou de ser deputado. Ocorre que na ação 470 Genoino não respondeu por crimes que agora lhe são atribuídos no contrato com o BMG. No processo de MG alega-se que o contrato era fictício, uma simulação, portanto ideologicamente falso. Está aí a incongruência do MP.”
O advogado Celso Vilardi, de Delúbio, disse que só se manifestará quanto tiver acesso ao teor da sentença. O BMG informou que por enquanto não se pronunciará. O advogado Castelar Guimarães, de Ramon Hollerbach, vai recorrer. Para ele, a condenação em Minas não interfere na ação do STF. O advogado Hermes Guerrero, de Cristiano Paz, salientou que “cada processo é uma coisa diferente”.