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Voto de Ayres Britto empata julgamento sobre lavagemAyres Britto diz que eleições brasileiras são as mais eficientes do mundoMensalão: Ayres Britto fecha placar pela condenação de políticos da base aliada e refuta tese de caixa 2Ministros batem boca no Supremo Tribunal FederalSupremo terá sessão extra para julgamento do mensalãoEmpate é absolvição, diz defesa de réu do mensalãoEm uma tentativa indireta de justificar as críticas de que o STF estaria condenando réus sem provas cabais, o presidente da Corte se valeu da comparação feita pelo jurista italiano Michele Taruffo. Segundo o estudioso, citado pelo ministro, a investigação criminal segue a leitura de um texto, seja um poema um romance. "O que fazemos quando lemos um texto: partimos do particular para o geral. Do textual para o contextual. O processo penal é a mesma coisa".
Para Ayres Britto, durante o julgamento do mensalão, a Corte analisou os fatos, reconstituindo aquilo que o Ministério Público arrolou como "penalmente típicos". "Cada fato é uma pecinha de um mosaico. Composto o mosaico, o método dedutivo se inverte" explicou, ressaltando que o tribunal está autorizado a proceder dessa forma. "É o conjunto da obra que nos autoriza a, como dizem os portugueses, conexionar as provas diretas e os indícios", completou.
No mês passado, o presidente do STF participou de uma palestra em Belo Horizonte (MG) com a presença do jurista italiano. Durante o julgamento do mensalão, o estudioso já foi citado pelo ministro Luiz Fux para condenar o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), o publicitário Marcos Valério e ex-sócios dele.