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Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa mudam voto e condenam Duda e sóciaBarbosa vota pela absolvição de Duda e Zilmar por evasão de divisas Joaquim Barbosa absolve Duda Mendonça e sócia pelo crime de lavagem de dinheiro"Nunca chefiei quadrilha", defende-se Dirceu Colegas de exílio defendem o ex-ministro José DirceuDirceu volta à berlinda após empate entre ministros do Supremo Tribunal FederalO ministro mencionou depoimentos de seis réus no processo para ressaltar que o ex-ministro participava diretamente das articulações, presente em reuniões ou por meio de consultas e aval das tratativas financeiras com dirigentes de partidos que formaram a base. Quando não estava presente, as negociações eram feitas pelo então presidente do PT, José Genoino, e pelo então tesoureiro do partido, Delúbio Soares. "O que esses diálogos e depoimentos deixam bastante evidente é o nível de hierarquia e subordinação dos demais integrantes do núcleo político com José Dirceu".
Entre os exemplos da articulação, Barbosa citou a reunião no apartamento do então deputado Paulo Rocha (PT-PA), com a presença de Dirceu, na qual foi fechado o acordo com o então presidente do PL, atual PR, Valdemar Costa Neto (SP), para transferir R$ 10 milhões para o partido. Esse acordo foi significativo para acabar com as resistências do PL à adesão ao governo, mesmo com José Alencar, filiado ao partido, ocupando a vice-presidência na chapa de Lula.
Uma reunião em Portugal foi outro fato usado por Barbosa. Em janeiro de 2005, o empresário Marcos Valério, o advogado das empresas dele Rogério Tolentino e o representante do PTB, Emerson Palmieri, viajaram a Portugal para se reunir com empresários da Portugal Telecom em busca de concretizar uma potencial doação em euros equivalente, na época, a R$ 24 milhões para quitar dívidas do PT e do PTB.
Para mostrar a relação de Dirceu nos três núcleos do esquema - o político, o publicitário e o financeiro -, Barbosa citou ainda as reuniões do ex-ministro com os dirigentes do Banco Rural.
No último capítulo do julgamento, o ministro partiu da premissa que não se trata mais de hipóteses, porque o tribunal já condenou grande parte dos réus e reconheceu a existência de crimes. "Tudo isso passou da mera especulação para a concretude" disse.